segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Longo prazo: ações individuais ou ETFs?

 


O pessoal do Visual Capitalist (clique no link para ver em tamanho original), publicou mais um excelente artigo, e já fica aqui desde o princípio deste post a recomendação aos amigos da blogosfera que sigam esse site incrível (Instagram: @visualcap) que traz através de gráficos, mapas e tabelas vários dados sobre temas relativos a economia, negócios e sociedade. 

O post que chamou a minha atenção é esse estudo sobre a composição do Down Jones desde 1928. Todos sabemos que o Down pode não ser um dos índices mais recomendados para retratar o mercado americano, é um índice com composição simples e que não tem sistemas de pesos e contrapesos para evitar grandes distorções como o S&P500. Entretanto é um índice histórico e que sempre contou na sua composição com as empresas referências e líderes da economia americana em cada época, ou seja, quando essas empresas entraram no Down eram na pior das hipóteses boas opções de investimento na opinião de quase todo o mercado.

O problema que quero trazer aqui é justamente uma reflexão sobre um investidor em 1928 no começo desse gráfico. O que se investidor em 1928 tinha no mercado acionário com opções? Bom, ele tinha empresas que pareciam promissoras: General Motors, Texaco, Goodyear, Union Carbide e etc. Todas na época pareciam ações boas, a economia americana era dominada pelo setor industrial, petrolífero e de transportes. Haviam empresas incríveis surgindo, o mundo vivia em uma época quase sem paralelos com os tempos atuais. A maior parte do transporte internacional de passageiros era feito por navio, o Reino Unido era uma potência global e dono de um vasto império, a China era apenas um caos, a sensação tecnológica da época eram aviões, a eletricidade não chegava em muitas casas e muitas coisas ainda eram inimagináveis.

Esse investidor tomou decisão de investimentos com base nessas empresas e em como o mundo funcionava na época, se ele estivesse pensando em investir para o longo prazo ( e para fins desse post vamos considerar pelo menos +30 anos) o que ele podia contar era com opções de ações promissoras com esse perfil e certamente ele não conseguiria prever todas as mudanças que a economia e a sociedade passariam nas próximas décadas. E se você olhar para o Down Jones em 1960, poderá ver que várias empresas deixaram o índice nos primeiros trinta anos e logo empresas que pareciam excelentes se tornaram decadentes ou mesmo nem existiam mais. O setor de ferrovias norte-americano que produziu os famosos "barões dos trilhos" no começo do século XX deixou de existir em poucas décadas.

Se o investidor tivesse começado em 1960 e olhasse para trinta anos no futuro, as empresas que eram líderes nos anos 60 já não eram as mesmas nos anos 90. A economia americana mudou muito, deixou a base industrial muito forte do pós-guerra e migrou para o setor de serviços, você pode ver a partir de meados dos anos 70 e com mais força nos anos 80, o crescimento de ações do setor de comunicações, financeiro e saúde. Fruto dos EUA alcançando uma renda média-alta, a sua posição de dominância no mercado financeiro global através do financiamento para as economias destroçadas da Europa que ficaram endividadas por décadas com bancos americanos e o crescimento da expectativa de vida.

Em 1990 ainda era cedo para falar de empresas de tecnologia, elas se quer apareciam no Down Jones e um investidor que tivesse escolhido a dedo dificilmente escolheria (ou encontraria) empresas de tecnologia. Os setores tão promissores nos trinta anos anteriores aos anos 90, começaram a entrar em crise e "envelheceram" e foram substituídos pelo setor de tecnologia, veja o setor financeiro americano que dominava o ranking das maiores empresas americanas a 20 anos atrás e que hoje está se tornando cada vez mais coadjuvante.

Agora pense comigo: estamos em 2020, a tendência parece ser as empresas de tecnologia para as próximas décadas, um investidor tem essa informação em mãos, o mundo é cada vez mais digital, a economia chinesa está se tornando protagonista, a Europa é só um amontado de países estagnados e correndo em círculos e o Brasil segue atolado em problemas. 

Mas veja como o mundo mudou desde 1928 em intervalos de 30 em 30 anos.

Qual será a realidade da economia em 2050? Será que empresas líderes e que por isso garantem seu lugar no Down Jones como a Microsoft, IBM e Apple vão ter lugar em 2050? A GM parecia muito forte a trinta anos atrás.

Eu usei o Down Jones apenas para dar uma referência pois ele reúne empresas que são líderes e que sempre chamam a atenção dos investidores. Peço que o foco da discussão não seja o uso dele como investimento em ETF.

As questões que deixo são: será que vale a pena escolher ações individuais para o longíssimo prazo? Ou será melhor investir por ETF's e de certa forma suavizam a transição da economia? Mas será que investir em ETF's não é manter na carteira ações no qual não acreditamos ou que mesmo enfrentando períodos de decadência ainda vão se manter por vários anos na carteira do índice e assim vão puxar os retornos para baixo? Será que devemos escolher ações a dedo e ficar girando a carteira tentando prever o futuro?

Eu ainda estou pensando a respeito disso. 

AVISO: Esse blog não tem a intenção de recomendar investimentos para ninguém. Trata-se apenas de um blog pessoal, o objetivo é relatar minha opinião pessoal sobre o tema de investimentos e outros assuntos. 
Por isso nenhuma postagem ou comentário neste blog deve ser levada em consideração na tomada de investimentos por ninguém. Caso deseje orientação sobre investimentos recomendo que procure assessoria especializada no assunto.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Fechamento Setembro/2020: R$ 176.967,21 (-0,47%)

 


Mais um mês terminou e agora já estamos começando a ver 2021 no horizonte, infelizmente para milhões de brasileiros a situação é desalentadora, o país está visivelmente mergulhado em uma crise econômica sem fim, o desemprego de 13,8% parece não assustar e nem preocupar a tão serena Brasília, duvido muito que quando ele alcançar 15% no final do ano ou aos 18,5% no primeiro trimestre do ano que vem existirá alguma sensibilização com isso.

Já vivemos uma década perdida, a economia não cresce em ritmo minimamente descente desde pelo menos 2013, e não existem sinais de melhora pelo menos até 2023. Os economistas falam em um crescimento de 3,5% no próximo ano, na minha opinião é só conversa fiada. 

Agora vamos ao fechamento do mês.


O aporte esse mês veio turbinado, como estive de férias ao longo de setembro eu entrei quase em "modo zumbi" e somando uma sobra de recursos não aportados de agosto, com pagamento de férias e um pequeno bônus do trabalho (que achamos que não ia rolar esse ano) consegui o segundo melhor aporte do ano.

O aporte do mês foi em Tesouro Pré-Fixado 2026 na renda fixa (em taxa de 6,76% a.a)  e na renda variável aportes em ações de Itaúsa, Sanepar, Taesa que já eram parte da carteira, enquanto chegaram duas novidades: CYRELA e BB SEGURIDADE. 

A escolha de BB Seguridade foi para entrar em uma ação que paga bons dividendos e ao meu ver está atrativa, já a Cyrela eu escolhi para balancear a carteira de ações visto que 2/3 da carteira estão alocados no setores de Utilidades Públicas e Financeiro e eu quero evitar uma exposição excessiva a esses dois setores que são os meus queridinhos.

ETF's: IVVB11 caiu em comparação com o fechamento do mês anterior, acabei não aportando no ativo e reconheço que havia espaço quando ele chegou em R$ 190, porém resolvi deixar passar pois a expectativa é de um ambiente volátil nos EUA nas próximas semanas, os analistas dizem que a vitória do Joe Biden vai empurrar o S&P500 para baixo e enfraquecer o dólar, mas como sempre não dá pra confiar em analistas, vamos acompanhar.

Ações: Nada muito significativo que eu tenha percebido durante o mês, talvez seja digno de comentário apenas BBDC4 que é hoje a maior desvalorização da minha carteira, estou com uma performance histórica de -25% nesse ativo e admito que entrei quando ela estava em R$ 34 o que foi um erro imenso, depois comprei um pouco o que reduziu o PM, mas resolvi continuar deixando o ativo de fora da minha lista de compras, já tenho ITSA4 que me expõe aos grandes bancos, na minha cabeça não faz muito sentido novos aportes em BBDC4 nesse momento.

FII's: O MXRF11 foi o alvo de todo o meu aporte de fundos imobiliários, infelizmente o ativo parece que virou modinha e talvez tenha começado a se inflacionar, eu gosto do ativo pois ele paga um ótimo DY. Eu queria investir em logística mas eles parecem caros, os shoppings parecem fracos em DY, sei lá, tudo muito confuso na minha cabeça e fui de MXRF11 mesmo.

Renda Fixa: Impressionante o Tesouro Selic com rentabilidade negativa, estamos destruindo o Brasil? kkkkk

Vida Profissional: Estive de férias em Setembro, já voltei a trabalhar e ainda tenho um emprego kkkk, a correria só que cresce. 
Na empresa já ficou evidente que vão acontecer muitos cortes nas próximas semanas, é rezar para o facão não acertar meu pescoço. Tomara que não aconteça nada, na verdade não quero que ninguém seja demitido, uma demissão nunca é bom, e nesse cenário econômico é um desastre.

Vida Pessoal: Como falei passei o mês quase em "modo zumbi", fiquei em casa durante as minhas férias a maior parte do tempo, no máximo sai com uns amigos pra um barzinho.
Sei que muitos podem criticar, mas penso que tomei a decisão certa. 

Decidi que a partir de agora vou criar um Fundo de Gastos Pessoais, vai ser uma pequena parte do que sobrar do meu mês que vou mandar para uma aplicação que vai ser um CDB de Liquidez Diária ou um Fundo DI, o foco é usar esse valor para gastos que não vou contabilizar no meu controle mensal. 

É isso.

Até breve.

IMPORTANTE: Esse é um blog de cunho pessoal, nada do que escrevo aqui deve ser levado como recomendação de investimento, estou apenas compartilhando minhas experiências e não recomendo a ninguém que tome decisões baseadas em algo que eu escrevo. Caso você deseja orientação sobre investimentos procure especialistas no assunto.