domingo, 14 de março de 2021

Índia, o verdadeiro "país do futuro"?

Já tratei aqui no blog do que considero ser minhas limitações na hora de investir fora do Brasil, dentre os principais fatores que postergam esse investimento no exterior é a falta de conhecimento sobre o dinamismo da economia de cada país, sobre o mercado consumidor e sobre como cada empresa está inserida dentro de uma economia que não conheço. Diante disso considero que o meu foco nesse tipo de investimento devem ser os ETF’s e não à escolha de ativos individuais.

Nessa disputa por encontrar ETF’s adequados me deparei com uma classe bem interessante: os ETF’s de países. Hoje o que trago aqui é alguns dados que encontrei pesquisando sobre a Índia

Vamos dar uma olhada na performance do MSCI India Index, um dos mais interessantes indicadores sobre o mercado acionário indiano.

O MSCI INDIA se valorizou em +18,6% em 2020, um pouco a baixo do índice dos "Mercados Emergentes" e do "BRIC". Agora dê olha olhada no desempenho do MSCI India em alguns intervalos de tempo:


Nesse ano de 2021, o índice tem um desempenho pior do que o BRIC e o Mercados Emergentes. Quando levamos a comparação do retorno bruto anualizado, vemos que o fundo desempenhou praticamente em linha com os outros dois índices nos últimos 3 anos, enquanto apresentou um desempenho pior nos últimos cinco anos, já no horizonte de 10 anos a performance foi praticamente em linha com os outros dois índices, com uma pequena vantagem para o MSCI INDIA.

Deixando o passado de lado e olhando para o futuro, vamos dar uma olhada em algumas projeções sobre o país.

O PIB do país foi de US$ 2,6 trilhões de 2019 e deve alcançar US$ 9 trilhões em 2030, caso o melhor dos cenários seja confirmado (ou seja, com o efeito positivo das reformas que o governo indiano tem promovido nos últimos anos) o que o colocaria como a 3ª maior economia do mundo e com clara expectativa de que o país ultrapasse os EUA até 2050 e se torne a 2ª maior economia do mundo, já no cenário mediano a economia pode alcançar algo próximo a US$ 6,0-US$6,5 trilhões em 10 anos. Alguns brasileiros podem ser céticos sobre criar expectativas para a economia de um país com base em reformas, pois bem, a Índia ao contrário do Brasil não é um país onde apenas se promete reformas, o país realmente tem entregados reformas importantes nos últimos anos com especial para a reforma do setor bancário e do setor agrícola (recente causador de amplos protestos no país).

A população da Índia de 1,3 bilhões de pessoas em 2020 deve crescer UM BRASIL nos próximos dez anos e alcançar 1,5 bilhões de pessoas. A Índia é um dos países com população mais jovem do mundo, o que coloca debates sobre assistência social para idosos fora do centro do debate político e do orçamento público.

O rápido crescimento econômico da Índia deve ser maior do que o crescimento da população, o que implica claramente no crescimento do PIB per capita do país, o que fortalece o crescimento do mercado consumidor indiano, tornando o país atrativo para grandes redes de varejo de olho em uma classe média em forte expansão e esse volume de crescimento é praticamente único no mundo.

O setor imobiliário deve ser um dos principais protagonistas da economia indiana, a expectativa é que o percentual de indianos vivendo nas cidades cresça de 33% para 38% da população, o que vai causar uma demanda imensa de construção civil no país.

Alguns outros setores da economia indiana também são destaques internacionais, em especial o setor de tecnologia, pois na Índia encontra-se um dos mais pujantes e inovadores setores tecnológicos do mundo. A expectativa é que em 2025 a economia digital represente 18%-23% do PIB, de acordo com o CBRE.

Entretanto, a Índia também enfrenta problemas...

O país é um dos mais vulneráveis às mudanças climáticas, em especial a forte concentração da população na região do Ganges que é também uma das regiões mais afetadas pelas mudanças climáticas. O país é superpovoado, e muito limitado em recursos naturais.

A Índia também é formada por muitos grupos étnicos-religiosos, para quem acha que diversidade é uma marca do Brasil é porque nunca parou para olhar a Índia. O problema é que a relação entre esses grupos étnicos-religiosos nem sempre é pacífica, existe muita tensão no país, em especial entre hindus e mulçumanos.

O sistema de castas indianos é também um outro problema, o governo tem tentando tomar medidas para combater esse sistema que ainda é enraizado no interior da Índia e dificulta a mobilidade social.

Do ponto de vista internacional a Índia se situa no Sul da Ásia e é um ator importante regionalmente, entretanto em questões importantes de rivalidade com alguns vizinhos: a China, com quem possui disputas territoriais e com quem disputa a influência sobre o Sudeste da Ásia e o Paquistão, com quem historicamente tem um relacionamento tenso e envolve uma delicada disputa sobre a Caxemira.

Confesso que ainda não tomei uma decisão se vou investir em ETF's de países, mas para tomar essa decisão é importante estudar sobre essas economias e por isso resolvi começar a pesquisar sobre alguns países e verificar como está a perspectiva para os próximos anos. Quando eu tomar uma decisão eu vou contar para vocês aqui no blog. 

E aí galera, alguém investe em ETF's de países ou já pensou a investir? Qual a opinião de vocês sobre isso?

E sobre a Índia?

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O Objetivo desse post é retratar a minha visão pessoal sobre o assunto, não é uma recomendação de investimento e antes da tomada de qualquer decisão é importante que o investidor busque estudar profundamente qualquer estratégia, verificar os ricos e se ela faz sentido para o seu perfil de investidor. Caso deseje recomendação de investimento procure especialistas no assunto.

segunda-feira, 1 de março de 2021

Fechamento Fevereiro/2021: R$ 195.559,03 (-0,35%)

 


É engraçado como o "mercado" ficou surpreso com às ações do Bolsonaro na Petrobras e outras estatais, parece que todo mundo foi pego de surpresa ao descobrir que temos um presidente nacionalista e populista. Eu não fiquei nenhum pouco surpreso com as notícias, pelo contrário, sempre esperei que isso fosse acontecer, o Bolsonaro é um populista, tal como a ex-presidente Dilma.  A preocupação dele é com o que o povo vai pensar ou deixar de pensar dele, ele não tem agenda econômica (e nunca escondeu isso, pelo contrário, sempre sentiu orgulho), sempre vai para onde acha que consegue se manter popular.
A agenda de Bolsonaro é guiada pelo anti-PT, isso é uma das poucas coisas sinceras que vejo vindo dele, a pandemia é algo que alguém (provavelmente uma corrente de Whatsapp) colocou na cabeça dele que é um "instrumento de esquerda" e por isso ele se opõe às medidas de restrição de circulação. Com a pandemia retrocedendo no mundo inteiro, nós seguimos estáveis no topo da curva que já se tornou um platô.  
Sobre o debate de reformas, alguém já parou para perceber que não se fala mais em cortar custos para economizar dinheiro no Orçamento? O debate agora só gira entorno de fazer reformas para cortar custos de um lado, e abrir linhas de gastos do outro lado. Faz sentido reformar? 
No fundo o governo Bolsonaro vai se transformando em mais um governo populista brasileiro, um país que amou, ama e continuará a amar o populismo, e convenha-se digníssimos leitores que entre o populismo de esquerda e o de direita existe uma linha muito tênue. 

Vamos ao fechamento do mês


É, confesso que mesmo na filosofia "Buy and Hold" quando você assiste seu patrimônio cair por dois meses consecutivos você fica chateado. A estratégia de investimentos da carteira continua a mesma, não considero que a queda nesses dois meses significou nenhuma mudança estrutural para a economia nacional ou global, eu sigo firme acreditando é que apenas fruto de ruídos do mercado.

Acompanhamento de Dividendos


Em fevereiro recebi menos dividendos de ações, por outro lado os proventos de Fundos Imobiliários que são mais fáceis de manter uma constância mensal subiram, é resultado dos novos aportes em FIIs. O total do mês foi de R$ 96,99.

Aportes: O total do mês foi de R$ 10.821,37. Eu falei que voltaria para o jogo e finalmente consegui voltar, é claro, esse aporte extremamente gordo é fruto de um mês onde gastei pouco, somado com o recebimento do bônus do segundo semestre do ano passado e o fato de eu ter pago impostos à vista.
Entretanto o calendário da entrada desses recursos não foi dos mais favoráveis, recebi o salário e o bônus na primeira semana do mês, e comecei a aportar antes da queda do mercado, eu pensei em distribuir ao longo das semanas, mas me deu na telha de comprar tudo de uma vez e no final das contas acabei entrando no topo do mês.
Os aportes do mês incluíram um misto majoritário entre Fundos Imobiliários, como novos aportes em MXRF11, GGRC11 e VINO11. Também aportei em IVVB11 para garantir minha exposição ao S&P500 e me proteger das oscilações da economia brasileira. No campo de ações adicionei aportes extras de EGIE3 (Engie Brasil) e CYRE3 (Cyrela), além disso, coloquei uma nova ação na carteira RAIL3 (Rumo Logística). 
A escolha da Rumo foi motivada pela minha crença de ser uma empresa descontada, onde gostei dos fundamentos e uma ótima área de atuação que é o setor de transporte ferroviário, com uma presença capaz de capturar o pujante mercado de exportação do agronegócio. 

Ações: Infelizmente o mês foi cheio de más notícias para várias ações. A Sanepar está sofrendo com intervenções do governo do Paraná, a BB Seguridade sofre com a ameaça de intervenção no BB pelo governo federal, e a AES Brasil entregou um resultado abaixo do esperado. Os destaques positivos ficam por conta de Bradesco, com um desempenho muito acima do esperado e da Gerdau que também surpreendeu.

Fundos Imobiliários: Estou tentando diversificar a carteira, pois constatei que estava muito concentrada em alguns fundos específicos e que o peso do 'tijolo' na carteira estava abaixo do que eu gostaria. Acabei optando por investir em Lajes Corporativas e Shopping Center para aumentar essa diversificação. 

ETF's: Continuo com IVVB11 na carteira e aportei ainda mais nele, não vou ser redundante aqui em falar do quanto gosto dsse ativo. Sem novidades em ETFs.

Renda Fixa: Os títulos pré-fixados estão subindo, entretanto não animei de comprar nenhum deles, o risco inflacionário está no meu radar e a ideia seria comprar um IPCA+, fui dar uma olhada neles e não gostei das taxas. Acabei não aportando em RF, mas acredito que vou precisar aportar em alguma coisa, pois sinto que estou chegando próximo do limite de RV que acho confortável na minha carteira.

Vida Profissional: Foi um mês bem estressante no trabalho, infelizmente mais algumas pessoas foram desligadas. A cobrança continua intensa. Às vezes me questiono se estou no lugar certo, mas olho para fora e vejo que o mercado de trabalho está todo destruído e que o problema se tornou generalizado no país.

Vida Pessoal: Sem novidades para comentar. Eu acabei saindo bem pouco nesse mês, o importante é sair para passar seu tempo com gente que você goste, já passei da fase de tolerar gente que não gosto. 
Já baixei o App do IRPF2021, estou começando a montar a declaração e com uma carteira diversificada com duas dezenas de fundos/ações é um trabalho demorado a declaração, soma-se a isso que cada informe segue um padrão diferente o que pode induzir a erros de preenchimento, essas coisas deviam ser padronizadas.

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AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.