domingo, 25 de julho de 2021

As Olimpíadas afetam a bolsa de valores?

 

Vamos deixar um pouco de lado os sérios problemas da nossa economia para se render ao maior evento esportivo do mundo, os Jogos Olímpicos! Eu sei que você provavelmente vai gostar mais de assistir a Copa do Mundo FIFA, e apesar do futebol ser o esporte mais popular do mundo, claro, fruto da imensa popularidade do esporte no Brasil e do desempenho olímpico pouco empolgante do Brasil, pois afinal, como diz aquela velha frase: "Brasileiro não gosta de esporte; gosta de ver brasileiro ganhando!".

Em relação ao mercado de ações vários estudos já foram feitos sobre a relação entre as Olímpiadas e o desempenho das bolsas de valores. De acordo com esses estudos na média dos jogos pós-guerra, nas duas semanas anteriores o S&P500 recuou -0,2% ao dia da abertura, durante a realização dos jogos ele subiu em média +1% e nas duas semanas seguintes ao dia do encerramento recuou em média -0,3%.

Em 2021, fui buscar como o S&P500 se comportou e olha que interessante: entre 9 de julho e 22 de julho (nos pregões de duas semanas anteriores a abertura) o índice acumulou um recuo de -0,05% e o Down Jones apresenta recuou de -0,1% nesse intervalo de tempo. Curiosamente, na sexta-feira (o dia da cerimônia de abertura e por consequência o primeiro dia onde o mercado funcionou após a abertura dos Jogos Olímpicos, o S&P500 subiu +1,01% e o Down Jones +0,68%).

Legal! Já vimos um estudo interessante sobre os índices norte-americanos. Vamos ver como se comporta a bolsa de valores dos países que recebem as Olímpiadas?

Em 7 das últimas 8 Olímpiadas de verão, o país-sede viu seu principal índice de ações subirem no ano seguinte a realização, a única exceção foi o índice australiano que não apresentou esse comportamento após Sydney-2000, de acordo com Shoji Hirakawa, estrategista-chefe da Tokai Tokyo Research Institute. 

Já o atual país sede apresentou um padrão interessante, uma correlação entre o forte desempenho japonês nas Olimpíadas anteriores e os ganhos do mercado de ações. A média das ações do Nikkei aumentou durante todas as cinco Olimpíadas desde 1968, onde o Japão ganhou 10 ou mais medalhas de ouro, disse Akiyoshi Takumori, economista-chefe da Sumitomo Mitsui DS Asset Managem.

Já um outro estudo publicado na Science Daily, mostrou um padrão entre o volume de negócios no mercado acionário vs. a quantidade de medalhas de ouro conquistadas. Por exemplo, para cada medalha de ouro conquistada pelos EUA, o volume de negócios nas empresas S&P 500 é quase 3% menor no dia seguinte. Para Alemanha e Coreia do Sul, essa queda é ainda maior, de 6,7% e 7,3%, respectivamente. Os volumes de negócios também são significativamente menores para empresas patrocinadoras após o sucesso olímpico no país em que estão sediadas. 

Os autores Raphael Markellos, professor de finanças da Norwich Business School da UEA, e a Dra. Jessica Wang, conferencista sênior da Nottingham Business School da NTU, examinaram se o impacto dos Jogos e das medalhas de ouro no mercado de ações se deve a uma mudança no humor dos investidores ou distração de sua atenção.

Um dos motivos apresentados para sediar os Jogos Olímpicos é que eles trazem benefícios para o bem-estar, a sensação de bem-estar ou a felicidade da população. No entanto, os resultados do estudo, publicados no The European Journal of Finance , não confirmam isso, uma vez que não encontram uma ligação significativa entre o sucesso nos Jogos Olímpicos e o sentimento entre os investidores. Os autores concluem que os Jogos afetam a atenção dos investidores ao invés de seu humor.

Os resultados são baseados na análise de um novo conjunto de dados de medalhas em quatro Jogos Olímpicos de Verão (Sydney / 2000, Atenas / 2004, Pequim / 2008, Londres / 2012) para oito grandes economias (EUA, Reino Unido, França, Austrália, Holanda, Alemanha, Coréia do Sul, Japão) e cinco firmas patrocinadoras multinacionais (Coca Cola, McDonald's, Panasonic, Visa, Samsung).

O professor Markellos disse: "A ideia central subjacente ao nosso estudo não é nova. Desde os tempos romanos, usamos a frase panem et circenses - pão e circo - para descrever como os jogos públicos e outros espetáculos de massa podem desviar a atenção. A ideia ainda é muito popular, como exemplificado por Jogos Vorazes, a popular trilogia e série de filmes.

"Nossos resultados apoiam as evidências da pesquisa dos Jogos de Londres 2012, sugerindo que cerca de uma em cada quatro pessoas relataram que provavelmente assistiriam ou ouviriam a cobertura dos eventos no trabalho. Também sabemos que a audiência da TV no Reino Unido durante os Jogos aumentou em quase 15 %

“Não estamos dizendo em nosso estudo que o sentimento ou humor do investidor não seja importante em esportes ou outros grandes eventos. No entanto, a atenção é o gargalo, um pré-requisito para mudanças no humor dos investidores, o que por si só é uma condição necessária, mas não suficiente para impacto financeiro. Se os investidores forem distraídos por uma perda esportiva, por exemplo, o declínio em seu humor pode não chegar ao mercado de ações. "

O Dr. Wang acrescentou: "Os padrões do mercado de ações que detectamos são exploráveis ​​por meio de uma estratégia de negociação de volatilidade baseada em medalhas olímpicas. Mostramos em nosso estudo que tal estratégia produz lucros superiores em comparação com os de uma abordagem passiva. Outros eventos não econômicos significativos relacionados para esportes, mas também para clima, meio ambiente e feriados também podem esconder oportunidades para investidores. "

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Não recomendo que ninguém leve isso em conta na hora de investir, mas achei que foram dados interessantes sobre a relação das Olimpíadas e o mercado acionário, algo que parece sempre muito distante e que guarda no mínimo algumas coincidências. 
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FONTES:
@datatistic
University of East Anglia. "How Olympic Games affect the stock market." ScienceDaily. ScienceDaily, 16 January 2018.
Asia, Nikkei - "Pandemic-year Olympics to test legend of stock market gold".

AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Fechamento Junho/2021: R$ 210.470,73 (-0,54%)

 

A GAP uma das principais varejistas de moda do mundo anunciou hoje que vai fechar todas às suas lojas no Reino Unido, e pretende expandir esse fechamento para outros países europeus nos próximos meses. A empresa pretende fechar outras 200 lojas em shoppings nos EUA nos próximos trimestres.

O que quero refletir nesse fechamento é sobre uma retomada em 'K' da economia, enquanto o PIB parece decolar nesse ano, o mercado financeiro e às empresas comemoram altos lucros essa melhora não está chegando na ponta. O Reino Unido que está três meses na nossa frente na pandemia, continua com dificuldades na geração de emprego. 

A perda de emprego parece ser permanente em vários setores, a digitalização em massa de serviços e do comércio tem sido boa para os empregadores e ruim para os empregados, é claro, não dá para defender que tudo fique fora da internet para proteger os empregos, mas é curioso que a abertura de vagas na "nova economia digital" não tem conseguido acompanhar o fechamento de vagas na "velha economia", como aconteceu na época da Revolução Industrial. 

Todos os países tem que priorizar o emprego, quando a população está empregada, você reduz a violência, melhora o consumo, reduz os gastos com saúde (através  dos planos privados) fora os ganhos tem ganhos em produtividade e saúde mental de manter uma mão-de-obra ocupada. O Brasil em especial tem um problema crônico de desemprego faz vários anos, seja com Dilma, Temer ou Bolsonaro ele parece que chegou para ficar e nada parece ser capaz de mudar esse cenário. 

Vamos ao fechamento do mês:

Infelizmente estamos na metade do ano e estou no negativo, teria sido melhor colocar o dinheiro na poupança hahaha'. A rentabilidade é -0,54% no mês, a pior do ANO e a segunda pior desde o começo dos registros. Na rentabilidade acumulada do ano estou -0,52% no negativo, em 2020 no mesmo acumulado eu estava positivo em +1,52% e em 2019, +1,89%
O problema é que minha exposição ao IVVB11 e a Fundos Imobiliários foi um dos meus focos no primeiro semestre e acabaram sofrendo um pouco com a desvalorização do dólar e com um mercado já fraco em FIIs e que foi empurrado para o buraco com essa proposta bizarra do IR. 
Apesar de todas essas questões, considero que o mês e o semestre foram proveitosos, tenho convicção que meus ativos são sólidos e devem trazer bons retornos para minha estratégia de longo prazo.

Os dividendos desse mês foram de R$ 215,50, foi acima do que eu esperava. A Cyrela é a surpresa do mês, comprei ela pensando em uma empresa de crescimento, levando em conta o déficit habitacional do país e que mesmo países desenvolvidos tem problemas com habitação, logo pensei: uma boa empresa, um país com problemas de oferta de imóveis e com uma perspectiva de longo prazo. Agora me dei conta que ela também é uma ótima pagadora de dividendos. Vou ficar de olho nos próximos movimento da empresa e quem sabe aumentar a participação.

Aportes: Aportei quase R$ 2,6 mil nesse mês. O volume total de aportes foi praticamente em linha com o que eu esperava. O destino foi IVVB11 (aproveitando a queda do dólar) e TAEE11 (aproveitando que estamos quase na metade do caminho entre a última distribuição de dividendos e a próxima distribuição projetada).

Ações: Nada de relevante na carteira. A Reforma do IR me deixou pensando em ligar um alerta especial em Bradesco, a empresa costuma ter uma boa política de bonificação e imagino que isso possa ser uma escapatória interessante para a reforma de IR na minha estratégia, pois a ação está passando por correção de preço, mas vamos acompanhar para ver se isso se confirma.

Fundos Imobiliários: Todos os da minha carteira sofrendo com a proposta de IR. Eu particularmente continuo frustrado com tanta abertura de captação dos fundos, engraçado que a alocação dos recursos nem sempre tem sido das melhores, parece que está captando por captar e não por ter encontrado boas oportunidades. 

ETF's: Continuo na estratégia de IVVB11, acredito que a queda do dólar foi ótima para boas compras, na minha opinião existe a possibilidade de uma correção do S&P500 nos próximos meses, pois a temporada de  balanços deve começar a ter resultados mais 'normais'. O HASH11 segue derretendo, preferi não fazer um novo aporte, vou acompanhar como ele se comporta.

Renda Fixa: Selic subindo, rendimentos dos pós-fixados subindo! Dei uma olhada nas opções de renda fixa e tenho visto pouca coisa interessante na prateleira. Eu não entendo o investimento em debêntures, vejo a galera que investe e não vejo sentido, a maioria tem um prêmio muito baixo comparado ao IPCA+, e a liquidez e o risco costuma ser pior do que o TD.

Vida profissional: O mês foi muito trabalhoso, vamos ver como às coisas se desenvolvem. 

Vida Pessoal: Infelizmente três pessoas conhecidas perderam a vida para o COVID-19 e a irresponsabilidade da falta de vacinas. É triste ver pessoas que participavam do seu cotidiano por anos e agora elas simplesmente não estão mais lá. Sou grato a Deus por não ter perdido ninguém por essa doença, todo mundo em casa já recebeu uma dose da vacina. Eu devo receber apenas na segunda quinzena de setembro a primeira dose.

AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.