segunda-feira, 1 de maio de 2023

Fechamento Abril/2023: R$ 325.975,87 (+1,35%)

 

O leitor pode ser contra ou a favor da taxação de compras de sites chineses, esse ponto é impossível de haver concordância. Entretanto a dona Janja (que está se tornando a primeira-dama mais onipresente da história da República), precisa ter o mínimo de honestidade intelectual de ser sincera e dizer ao povo que é eles que vão pagar o pato, ninguém é idiota ao ponto de acreditar que essas empresas pagarão 60% de tributação enquanto fingem que nada mudou na planilha de custos.

O governo está no poder faz quatro meses e até agora não vimos nenhuma medida concreta saindo do papel ou pelo prestes a ser posta em prática, aqui não estou querendo julgar o mérito das propostas, é apenas a incapacidade de colocar alguma coisa em prática. O governo Bolsonaro tinha muito mais coisa fora do papel e até a reforma da previdência (novamente vamos deixar o mérito de fora) estava sendo aprovada na Câmara no final de junho.

O governo apresentou o tal do Arcabouço Fiscal no final de março, depois levou quase um mês para mandar a proposta para o Congresso e é difícil acreditar que isso saia do papel antes do segundo semestre começar. É lentidão demais.

O que pode servir de alívio é que a atividade econômica começou o ano muito mais acelerada do que o previsto e isso dá uma certa gordura para o governo, que acredito optará por jogar pela janela.

A rentabilidade no mês foi de 1,35%, finalmente consegui vencer o CDI em um mês, depois de empatar em janeiro e perder em fevereiro e março. Em relação a rentabilidade do ano temos um avanço de +1,91%, enquanto no mesmo período do ano passado a carteira acumulava uma queda -1,77%.

Apesar do sentimento de que o mercado está indo de mal a pior que é divulgado no noticiário, podemos dizer que minha carteira tem entregado uma boa performance nesse inicio de ano, bem melhor do que no ano anterior quando não havia tanto pessimismo econômico.

Em abril a renda passiva somou R$ 219,94, frente ao mesmo mês do ano passado representou uma queda de -5,5% no período. No acumulado do ano temos R$ 1.883,33, um crescimento de +62,7% frente ao mesmo período do ano anterior.

Essa queda foi principalmente causada pela redução dos dividendos de vários fundos imobiliários, em especial podemos citar o CPTS11 que não tem entregado um bom desempenho já faz alguns meses. Nos últimos doze meses o foco da carteira foi principalmente o mercado de ações onde os dividendos costumam oscilar com maior expressão entre os meses.

Aportes: Em abril destinei R$ 3.717,92 para os aportes, é praticamente o mesmo montante destinado no ano passado. Considero que é um bom sinal de que meu custo de vida não foi tão impactado pela mudança da casa dos pais para a vida morando sozinho.

Os aportes foram feitos em Suzano, Hypera e Alupar (nessa última apenas uns trocados que sobraram na corretora). Estou buscando equilibrar os pesos da carteira e com isso tenho privilegiado sempre os papéis que estão atrás, a única que não tem participado desse rodízio é a Rumo Logística, pois ainda está pendente um estudo mais de perto do caso para verificar como essa empresa tem performado.

Ações: Os primeiros balanços do 1T23 começaram a ser divulgados. Por enquanto destaco a WEG, que entregou um resultado forte e que decepcionou por não ter sido o “extremamente forte” que tradicionalmente a empresa entrega. A Hypera divulgado um resultado misto, entretanto preocupou o mercado o capital de giro que está apertado. A Suzano reportou números menores do que no mesmo trimestre do ano passado, mas segue sendo um monstro de geração de receita e que agora passará por um período importante com à baixa da celulose e a finalização do Projeto Cerrado em até 2 anos.

Fundos Imobiliários: Segue abandonado.

Renda Fixa: Muito satisfeito com a SELIC em 13,75% que tem remunerado bem a parcela de renda fixa. Sou favorável a ideia do Campos Neto de manter a SELIC alta até que a inflação convirja para a meta, não podemos normalizar a inflação de 6% a.a, está totalmente fora da meta.

Ativos do exterior: O dólar ainda em baixa, mas a bolsa americana está em alta e com isso um acaba anulando o outro na carteira.

Vida profissional: Tudo mais ou menos igual. Meu trabalho do ponto de vista técnico tem deixado uma boa impressão no meu gestor. O que continua me incomodando é essa proximidade com a aérea comercial, é aqui que não gosto e que não tenho tido bons resultados. De forma geral foi um bom mês.

Vida pessoal: Criei um Twitter no ano passado onde não posto nada só fico acompanhando alguns perfis, é bem eclético (futebol, estilo de vida, investimentos, relacionamentos e etc), percebi que é uma ótima rede social e com muito conteúdo de qualidade.

AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.

sábado, 1 de abril de 2023

Fechamento Março/2023: R$ 317.913,00 (-0,18%)

Já são três meses de governo Lula III, e por ora posso dizer que tenho um sentimento ambíguo sobre o tempo que passou. Se olharmos do ponto de vista de ruídos políticos e frases danosas parece que já faz muito tempo que esse governo começou, pois é quase todo dia que precisamos assistir ao próprio presidente ou algum ministro excêntrico abrindo a boca para espalhar o caos, isso gera um certo cansaço. Do outro lado já fazem dois meses que o Congresso Nacional voltou aos trabalhos e  até agora parece que nenhuma medida governamental foi aprovada ou está pelo menos em tramitação em alguma comissão, por esse lado parece que o governo começou quase ontem diante de tão pouca mobilidade.

O que eu sempre temo no governo do PT não é necessariamente ele ser de esquerda, e sim a como o partido praticamente está congelado com ideias que estavam na moda nos anos 80 e 90 e tem uma estrutura interna de poder e oxigenação praticamente paralisada, sem espaço para o novo e preso em uma grande burocracia de egos e tradições. O PT é velho.

O Lula está fazendo uma aposta alta com esse discurso combativo e essa filosofia de estimular a economia usando o estado e bancos estatais, não é que isso não possa funcionar, a questão é que o preço a se pagar caso dê errado é muito alto tanto para o país quanto para a biografia dele.

Você caro leitor pode considerar que Lula não tem uma grande biografia para defender, de fato a maioria de meus leitores são anti-lulistas, mas é inegável que ele poderia construir uma narrativa para sua biografia se apresentando como: o homem pobre que saiu da miséria no nordeste para se tornar um líder sindical nacional, realizar dois mandatos exitosos (você pode dizer que não foi bom, mas de fato foram acima da média do país), ser jogado na lama e na prisão e depois voltar para a presidência entregando um terceiro mandato com responsabilidade fiscal e social, reformas estruturais, defesa da democracia  e relançamento do país no cenário global.

Mas o que Lula escolhe? A defesa da democracia é bem tênue, parece que quando se trata de Bolsonaro o Lula se torna um arauto democrático pregando a defesa da constituição acima de tudo, entretanto percebe-se que com seus amigos na Venezuela e em países como Nicaragua que fazem muito pior do que Bolsonaro tentou no Brasil ele parece fechar os olhos ou até mesmo dar apoio. No campo econômico a defesa desse estado gastador e intervencionista pode custar mais caro para um presidente que precisa manter a economia aquecida, um confronto com o BC só gera incertezas e impacto nos juros, já está deixando de ser apenas uma questão de “deixar o empresário confiante para investir” para um debate amplo se às condições atuais de juros e crédito tornam algum investimento viável no país. Hoje com juros futuros precificando que a taxa permaneça em 13% ao longo de todo o mandato do petista é inviável um empresário levantar capital para o seu negócio nos bancos que com spread certamente estarão operando acima de 20%-25% a.a. Como a economia ficará em pé? E como Lula e o PT vencerão a próxima eleição com esse cenário?

Não estou defendendo a queda da SELIC, pelo contrário a tensão política e a falta de passos claros em direção a redução do déficit e reforma do estado tornam qualquer redução dos juros perigosas. O Lula cobra boa vontade do BC com o governo, mas é preciso primeiro entregar resultados. Não dá para os financiadores da dívida aceitarem uma taxa mais baixa, só por que o devedor disse que no futuro ele terá um perfil de crédito melhor, é preciso mostrar resultados.

Lula, seja pragmático! Isso só fará bem para você e seu governo.

Diante de todo o stress político do mês de março uma queda de -0,18% me parece satisfatória. Apesar de toda a tensão política no ar, o ano começa com um desempenho melhor do que 2022.

A maior parte disso se deve a dois fatores: um CDI elevado ajuda a parte de pós-fixado que representa mais de 40% do total da carteira e a diversificação no exterior, que ajuda a evitar a exposição ao mercado brasileiro e seus ruídos, ao mesmo tempo em que nos picos de tensão interna o dólar sobe e a carteira internacional compensa a queda da carteira doméstica de renda variável.

Em março foram recebidos R$ 994,91 em proventos na somatória entre Brasil e exterior, esse resultado representa um crescimento de +105,3% frente ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado desde o começo desse ano já temos R$ 1.663,38 creditados, frente ao mesmo período do ano anterior é um crescimento de +79,9%.

Admito que lá atrás por um certo período de tempo considerei o DY um fato importante na alocação de ativos, apesar de não ser determinante era inegável que eu sempre estava enviesado por ele. Entretanto considero que a partir do ano passado fui mudando minha forma de alocação e focando mais em ações que tem potencial de crescimento no longo prazo, mas que atuam em setores estáveis da economia, com boas margens e boa administração. O fator dividendo se tornou pouco relevante na alocação e agora já posso dizer que os dividendos são apenas um reflexo do crescimento da carteira, eles já não importam mais para mim. Estou monitorando sua evolução, mas se em algum mês o resultado vier abaixo do ano anterior não tem o menor problema, estou bem resolvido com essa questão.

Aportes: Estava com US$ 32 parados na Avenue e decidi aportar tudo em SCHD agora no finalzinho do mês. No mercado doméstico o Tesouro SELIC 2023 venceu em 01 de março e reapliquei no Tesouro SELIC 2023. O restante foi alocado em ações.

Estou fazendo um balanceamento da carteira, de forma a evitar uma grande concentração em alguns ativos. A verdade é que em meados do ano passado eu tinha Itaúsa, Bradesco e Taesa representando mais de 1/3 da minha carteira, o foco é não ter nenhum papel com participação acima de 10% do portfólio de ações e se possível buscar todos os ativos oscilando entre 7%-8%. Diante disso estou comprando sempre os papéis com menor percentual na carteira (exceto Rumo S.A que deixei em stand by por conta de precisar estudar mais a fundo o papel e entender sua dinâmica futura de caixa e lucro).

Em março foi a vez de Sanepar e AES Brasil. Que foram adquiridas nessa última quinta-feira (30), ou seja, não peguei o que seria a melhor janela do Ibovespa abaixo de 100.000 pontos e sim após o anúncio do arcabouço fiscal. Entretanto decidi que meus aportes vão ser padronizados no final do mês, e tentar acertar o melhor momento do mercado só vai me trazer prejuízos.

Ações: A temporada de balanços terminou. Posso dizer que em Março o grande destaque foi Itaúsa, a empresa mostrou que vai entrar em uma fase focada em reduzir endividamento e pagar dividendos, ou seja, é ora de deixar amadurecer os investimentos e colher os frutos das alocações. Eu vi no Twitter e é uma pena que não salvei para trazer aqui para vocês que a Itaúsa investiu na NTS cerca de R$ 700 milhões a alguns anos atrás e hoje sua participação nos lucros é de R$ 200 milhões por ano, é um baita investimento. O pessoal tem criticado Itaúsa por considerar que alocaram mal em DEXCO e ALPARGATAS, tenho uma visão divergente e acho que dentro da estrutura de investimentos essas duas empresas representam muito pouco.

Estou também moderadamente satisfeito com o desempenho de Cyrela, meu papel no setor “pimentinha” de incorporações, a empresa tem mantido uma estrutura de dívida e estoque saudáveis e é um dos melhores cases do setor. O que gosto em Cyrela é que ela tem foco em alta renda, que é a parcela da sociedade com melhor poder de compra e melhor qualificada, o que significa que é menos afetada pela inflação e pelo desemprego.

Fundos Imobiliários: Isso aqui foi literalmente abandonado na carteira. Não vou aportar mais e nem vou vender.

Exterior: O mercado americano está na dúvida se o FED continua apostando em mais juros ou para de subir por conta do risco de quebradeira nos bancos. De qualquer forma a economia parece seguir acelerada. Os investimentos no exterior tem se comportado bem, só reconheço meu erro em ter três ativos que são correlacionados.

Renda Fixa: CDI nas alturas e COPOM anunciando que vai manter os juros altos são músicas para minha carteira de renda fixa. Os títulos estão com taxas muito atrativas, não estou comprando no momento por falta de capital disponível.

Vida profissional: É um mês extremamente estressante no trabalho, continuo detestando toda a lida com o time comercial. E a gestão da empresa continua mostrando que quer o pessoal do técnico-operacional cada vez mais envolvido com a parte comercial. Já pensei em mudar de carreira e buscar alguma coisa em TI, mas tenho zero conhecimento nessa área, a verdade é que sou totalmente leigo no que tange a ir além do “pacote Office”. Por ora vamos seguindo.

Vida pessoal: Nada de relevante acontecendo.

AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.

quarta-feira, 1 de março de 2023

Fechamento Fevereiro/2023: R$ 314.024,15 (-0,32%)

O Brasil é um país de inúmeras injustiças e se formos parar para escrever uma listinha posso ficar aqui até o próximo final de semana e certamente ainda não vou ter chegado ao final. Todos vocês acompanharam no último mês o desenrolar da crise da Americanas e que se somou à nascente movimento político de pressão na taxa de juros, tudo para evitar uma crise econômica, ou pelo menos uma suposta “crise de crédito”, ah, vale nota que esse movimento tem unido a esquerda petista e o empresariado brasileiro do mesmo lado.

A verdade é que a Selic alta tem um beneficio essencial para a economia ao filtrar os negócios sustentáveis dos insustentáveis. O Brasil do juro de 2% ao ano viu várias aberrações ganharem vida enquanto se abasteciam de crédito farto e barato para manter de pé suas operações deficitárias e nada rentáveis. É em momentos de alta da Selic que vemos os modelos de negócio que conseguem realmente prosperar. Alguns defendem a redução forçada alegando que não podemos matar milhares de negócios no país, de fato a nossa economia será prejudicada, mas também não podemos esperar grandes ganhos econômicos mantendo abertas empresas ineficientes.

Ainda por cima com os EUA em tendência de alta de juros e podendo alcançar até 6% a.a de taxa é no mínimo insanidade pensar que podemos baixar para 8% a.a como vários tem defendido. O juro está alto? Sim! Mas precisa baixar quando o país entregar condições econômicas e políticas para um juro menor. Por ora 13,75% é onde tem que ficar.

O segundo mês do ano foi de rentabilidade negativa -0,32%, o que coloca nossa carteira novamente atrás do CDI anual. É válido ressaltar que curiosamente todos os anos desde o início da série histórica o mês de fevereiro foi de rentabilidade negativa.

Em fevereiro foram creditados R$ 195,84 em dividendos, uma queda de -13,5% frente ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 2023 temos R$ 668,47 um crescimento anual de 52,1%.

Nesse mês nenhuma empresa pagou dividendos expressivos, por isso foi basicamente os fundos imobiliários e o pagamento mensal recorrentes de alguns papéis.

Aportes: Todo o dinheiro foi aportado aqui no Brasil. Podemos dividir em:

IVVB11: Comprei algumas cotas pois acredito que o dólar tem espaço para alta no médio prazo e a bolsa americana está em um momento que considero atrativo para comprar.

Tesouro IPCA+2029: Peguei uma taxa de IPCA+6,08% e nem foi a melhor do mês. É inegável que pouca coisa tem potencial para ser melhor do que essa taxa acima da inflação. É importante eu ficar de olho na porção de renda fixa da carteira, pois quero deixar tudo bem balanceado com meus objetivos.

Gerdau: Comprei mais um pouco do papel pois estava para trás na carteira. É uma empresa que oscila muitos os resultados, mas no longo prazo tem uma foto bacana.

Suzano: Comprei mais um pouco do papel pois estava para trás na carteira. Eu gosto do case de papel e celulose e acredito que os próximos anos com a entrada do Projeto Cerrado será um catalisador para a empresa.

Cyrela: Comprei mais um pouco do papel pois estava para trás na carteira. O segmento de incorporação é visto de forma polêmica, mas a Cyrela tem conseguido manter boas margens e vender bem mesmo com os juros mais altos.

Hypera: Comprei mais um pouco do papel pois estava para trás na carteira. Vejo uma empresa muito sólida e preciso diversificar a carteira com setores fora do eixo financeiro/utilidades.

Alupar: Comprei mais um pouco do papel pois estava para trás na carteira. Está encerrando seu ciclo de investimentos mais forte e deve aumentar o foco em remunerar os acionistas por dividendos, ao mesmo tempo em que tem feito boas aquisições em leilões.

Ações: O Bradesco divulgou resultados frustrantes, mas acredito que é uma fase temporária. A WEG entregou outro ótimo resultado.

Fundos Imobiliários: Não tenho acompanhado de perto.

ETF no exterior: Com mais juros vindo por aí é difícil imaginar que essa classe vai se valorizar. Estou de olho e posso aportar nos próximos meses.

Renda Fixa: Tudo em piloto automático.

Vida profissional: Desafios no novo emprego continuam intensos.

Vida pessoal: Nada de relevante acontecendo.

AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Fechamento Janeiro/2023: R$ 304.283,92 (+1,12%)

 

O ano começou com cinco meses em um, é impressionante como aconteceu de tudo um pouco em janeiro. Com todo o destaque para o vandalismo envolvendo uma frustrada tentativa de golpe de estado no Brasil, e às “inconsistências” envolvendo o balanço patrimonial da Americanas que com o passar das semanas parece estar arrastando para o centro do palco um problema de risco de crédito em milhares de empresas brasileiras.

Sobre o pessoal em Brasília só consigo sentir pena daquelas pessoas, não é possível que alguém em sã consciência ache prudente invadir um dos três poderes e achar que isso passaria completamente impune e tudo isso para defender seu político de estimação favorito. O debate político pode ser saudável, mas a partir do momento em que você prejudica sua vida para lamber às bolas de política passa a ser burrice.

O Lula tá lá vivendo com tudo do bom e do melhor e o Bolsonaro passeando na Flórida, nenhum dos dois se quer sabe que você leitor existe. Não seja idiota.

Janeiro historicamente tem um desempenho ruim para a minha carteira, em 2023 o cenário é diferente, com o resultado de +1,12% conseguimos alcançar o CDI mensal. Estou satisfeito com essa rentabilidade, mas temeroso pois tradicionalmente em fevereiro e março logo depois de aplicar o meu bônus anual o mercado gosta de “panicar”.

Aportes: Foram aportados R$ 3.413,53, parte disso com recursos de dividendos do mês de dezembro/janeiro, sobra de recursos não aplicados em dezembro outra com aporte de dinheiro novo. Os destinos foram:

WEG S.A: Adquiri 26 ações (R$ 37,76), já fazia um tempo que não aportava nesse rochedo de qualidade da bolsa brasileira. A WEG sempre está cara na bolsa, porém é sólida e tem uma ótima exposição ao mercado externo, além disso, tem apostado forte em produtos que se saem bem com essa pauta ESG. Gosto muito da qualidade da empresa, às vezes nem parece que é real hahaha’.

Sanepar: Comprei 267 ações (R$ 3,32), a companhia tem um grande defeito na distribuição lenta de dividendos e apesar da ameaça de perda de contratos em cidades importantes do Paraná é inegável que o pior parece estar ficando para trás. A Sanepar já não está mais em ano eleitoral o que permite reajustes maiores da Agepar (órgão regulador do Paraná) e a grande estiagem em Curitiba é coisa do passado o que volta a permitir receitas maiores com água e esgoto.

Hypera: Comprei 19 ações (R$ 44,94), o setor de medicamentos é uma tendência para demografias envelhecidas. A empresa tem boas margens, um lucro líquido sólido e tem inovado bastante no portfólio. Tenho gostado do case.

Bradesco: Comprei 56 ações (R$ 12,29), a ideia aqui foi arredondar para 500 ações da companhia. O banco entregou um resultado fraco no 3T22, e pessoalmente espero resultado ainda pior em 4T22 e 1T23. Imagino que o banco só deve voltar a performar bem em meados de 2024. Só não me afasto do case por conta dos outros bancos estarem indo bem e acredito que os grandes bancões costumam regredir para a média entre eles. Não acredito que voltarei a aportar em Bradesco em curto prazo.

O ano começou com R$ 472,63 creditados em dividendos. Em janeiro os créditos foram todos decorrentes do mercado brasileiro. Em comparação com o mesmo mês do ano passado o crescimento foi de +121%. A Taesa foi o grande impulsionador do mês.

Ações: AMER3 não está na carteira (e nem nunca estaria, só olhar os fundamentos e vai perceber que não faz sentido para a minha estratégia), mas tem potencial de afetar o segmento bancário e prejudicar o desempenho dos bancos em 2023. De resto a carteira seguiu comportada em janeiro. A Suzano deve começar um ciclo de baixa da celulose, o que pode pressionar os preços do papel, por ora continuo de olho em oportunidades e posso aportar na empresa nos próximos meses.

Fundos Imobiliários: Aqui o meu stress continua. O CPTS11 novamente entregou baixos dividendos,  a promessa é que volte ao patamar anterior em alguns meses, é preciso acompanhar. Já pensei em me desfazer dessa carteira de FII, mas vou ir empurrando com a barriga por enquanto.

Ativos do exterior: Mercado norte-americano está respirando nesse começo de ano, por outro lado o dólar parece muito bem comportado nesse início de governo. Estou de olho em oportunidades para enviar novas remessas ao exterior.

Renda Fixa: Nada acontecendo de relevante.

METAS 2023

Ao contrário dos anos anteriores vou deixar apenas uma meta de R$ 36.000,00 em aportes no somatório dos  12 meses.

De forma abstrata quero fazer um balanço da minha vida profissional em 2023, espero manter o meu emprego atual e evoluir minhas habilidades profissionais ao longo do ano.

Vida profissional: Os desafios da nova função continuam intensos, tenho aprendido coisas novas o que tem sido muito bom, por outro lado essa proximidade com a área comercial me deixa desconfortável. O relacionamento com o meu novo gestor por enquanto considero como positivo, acredito que alguns projetos que entreguei tenham deixado uma boa impressão. Por enquanto quero continuar evitando o jogo político e as fofocas de corredor, tenho percebido isso um pouco mais forte do que era minha unidade antiga.

Vida pessoal: É o primeiro mês morando sozinho. Aluguei um pequeno apartamento e confesso que o preço saiu relativamente dentro da faixa que eu imaginei. O que me surpreende são meus gastos com supermercado, estou vivendo quase no Modo Rica Games e achei um pouco alto o valor que deixei no mercado.

Ficar limpando a casa é uma coisa que eu realmente detesto, principalmente lavar banheiro e cozinha. O piso tem ficado molhado por muito tempo. Também não gosto de passar roupa, mas acabo me virando mais ou menos.

Não estou socializando na cidade, por enquanto tenho seguido uma rotina trabalho-casa-trabalho. Preciso me envolver com alguma atividade e pensei em academia, entretanto sou tão desengonçado que tenho um pouco de vergonha, fora que sou meio autista e pão-duro.

AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.


domingo, 1 de janeiro de 2023

Fechamento Dezembro/2022: R$ 297.505,48 (-0,56%)

 

No post de final de ano vocês sabem que escrevo um verdadeiro livro e dessa vez não será diferente. Entretanto como “bônus” terão uma visão dos ativos dentro da minha carteira.

Apesar de que é fato de a diferença entre ontem e hoje é na prática zero, para fins psicológicos o início e o término de um ano são muito significativos. Acredito que isso tenha relação com a necessidade humana de sempre ter referências físicas ou psicológicos. O convite hoje não é para discutirmos a relevância da virada de ano, e sim para darmos uma olhada no trabalho da galera da XP que divulgou um relatório nocomeço do ano com projeções para a bolsa brasileira e alguns papéisconsiderados promissores.

A primeira previsão deles foi que o Ibovespa terminaria o ano em 123 mil pontos, já começamos com uma diferença entre o patamar alvo vs. realizado de -10,7%, o que imagino que deve ser motivo de crucificação para muitos clientes da corretora que poucas semanas atrás criticavam institutos de pesquisa por erros numericamente menores.

Outro fato interessante é que o relatório apontava as ações preferidas da corretora em cada setor e indicava os setores onde via os melhores “prêmios de risco”, por isso resolvi separar justamente os três setores em que indicavam o maior prêmio de risco e analisar o desempenho dos papéis em destaque para o ano nesses mesmos setores.

Para fins de referência vamos usar como benchmark o Ibovespa em 2022 (+5,59%) e o CDI (+12,39%), ambos mensurados pelo resultado acumulado do ano.

Materiais: A Vale apresentou uma valorização de +13,95%, entretanto o outro papel recomendado foi a CBA com queda de -13,81%, ou seja, resultados que se anularam.

Elétricas: A primeira recomendação foi Omega Geração (-26,72% no ano), seguida por CESP – incorporada pela Auren (-10,18% no ano) e Equatorial (+21,82% no ano), ou seja, podemos dizer que foi mais um desempenho ruim das recomendações.

Financeiro: No relatório a grande estrela no setor foi o Banco do Brasil (+20,51%). Ponto para a turma da XP.

O que eu quero transmitir para vocês é que para minha carteira de investimentos existe muito pouco valor em seguir recomendações da Faria Lima, não existe grande taxa de acerto entre eles e parece as grandes promessas nunca se realizam. O que acho válido é sempre pararmos para analisar individualmente cada papel, entender como aquela empresa ganha dinheiro, como ela é administrada, quais são os mercados em que está inserida e principalmente como a administração da companhia está planejando e administrando o futuro do negócio.

FECHAMENTO DEZEMBRO 2022 – FECHAMENTO ANUAL

A carteira encerrou o mês com desempenho negativo de -0,56%, no ano entregou um desempenho de +2,04%. É válido ressaltar que ao contrário do recomendado pela Planilha AdP eu considero os dividendos reinvestimentos como parte do aporte mensal.

Como rentabilidade alternativa apresento para vocês o indicado no site Status Invest, onde faço o acompanhamento da minha carteira.

De acordo com esse site a carteira se valorizou em +4,50% no ano e entregou um desempenho superior ao ano anterior.

Podemos considerar que a carteira não tem entregado uma performance das mais animadoras e que não venceu nem o CDI, nem o Ibovespa e se quer a tão abominada poupança. De qualquer modo posso considerar que foi uma grande dádiva ter tido a oportunidade de comprar bons ativos por preços descontados ao longo de 2022 e tenho a sensação de que a carteira tem uma composição voltada muito mais para a qualidade e o longo prazo do que um ano atrás.

Em valores nominais o patrimônio cresceu de R$ 238.222,25 para R$ 297.505,48, ou seja, R$ 59.283,23 (+24,89%). Apesar de grande parte desse aumento ter sido por aportes e não por rentabilidade, acho que é valido comparar com a inflação projetada de 5,9% no período, o que mostra que estou conseguindo transformar o meu fluxo de caixa anual em crescimento patrimonial real.

Em relação aos dividendos recebidos posso considerar o resultado como dos mais satisfatórios. Vamos dar uma olhada no gráfico:

Em dezembro eu recebi o maior valor mensal da história da carteira com R$ 1.070,80 (+139,6%, comparado a dezembro/2021) e no acumulado de 2022 alcancei R$ 5.259,40 (+85,33%).

O desempenho dos dividendos foi muito satisfatório é por ele que conseguimos identificar uma bola de neve em formação. A diversificação da carteira proporcionou várias fontes de dividendos que se balanceiam entre si, em 2022 tivemos um ano com um pouco menos de proventos do que o habitual em ativos como Itaúsa e Taesa, entretanto outros papéis como a Gerdau e BB Seguridade apresentaram um patamar mais atrativo de proventos pagos.

Os Fundos Imobiliários também pagaram proventos satisfatórios, o principal destaque são os fundos de papel que no momento mais agudo da inflação (2º Trimestre) alcançaram recordes de proventos.

No caso do exterior é importante ressaltar que os yields são menores, mas a estratégia via ETFs permite que os próprios índices diversifiquem a origem dos proventos e a segurança e diversificação da economia americana são um benefício dos mais atrativos para a carteira.

Composição da Carteira de Investimentos:

Como vocês podem observar a minha carteira é muito mais conservadora do que a maioria da blogosfera de finanças. Os ativos indexados ao CDI (LCI/LCA + Tesouro SELIC) representam 45,7% da carteira e os títulos de inflação são 9,7% do total.

Entretanto a carteira assistiu uma redução dos ativos de renda fixa que representavam 61,3% do total e agora alcançam 55,4%.

Por outro lado, a participação das ações subiu de 12,7% para 19,7%.

A queda do mercado americano não foi compensada pelos novos aportes e por isso a participação dos investimentos do exterior recuou de 17,7% para 17,3%.

Os Fundos Imobiliários recuaram de 7,7% para 7,2% de participação. A queda é fruto da rentabilidade pouco atrativa e da minha frustração com essa classe de ativo onde os gestores só conseguem me decepcionar.

Vamos dar uma olhada dentro da categoria ações quais são os ativos que eu possuo em carteira:

Como podem perceber a carteira continua muito concentrada em ativos do setor financeiro e de elétricas. Eu confesso que gosto muito desses setores pois considero eles como muito resilientes em momentos de crise e turbulência política, já que bancos conseguem ganhar dinheiro em praticamente qualquer cenário aqui no Brasil e energia é algo que você precisa consumir independente da crise. Os papéis preferidos nesses setores são a Itaúsa (pela ampla participação no Itaú o banco mais eficiente do país e pelos bons investimentos que a empresa tem feito) e a Engie (pela administração sensata e voltada para o longo prazo e a diversificação das fontes de receitas).

Entretanto não deixei de lado outros setores da economia e fiz aportes em vários outros papéis como por exemplo: Suzano, por acreditar no potencial de longo prazo dessa empresa se tornar uma Vale do setor de papel e celulose e também em Gerdau por conta do bom momento de caixa da empresa e as boas perspectiva no mercado brasileiro e americano no médio-longo prazo.

Acabei deixando um pouco de lado papéis como a Taesa (por estar com dificuldades em vencer leilões com boas margens) e Rumo S.A (trabalhei com a vitória do Lula desde o começo do ano, acredito que esse papel tende a sofrer mais pelo viés menos pró-iniciativa privada do lulismo, a Rumo apesar de estar intimamente relacionada com o agronegócio brasileiro depende de facilidade governamental para tirar do papel, operar e rentabilizar suas operações).

Em relação aos ativos em Fundos Imobiliários não farei grandes comentários, atualmente não gosto de nenhum deles e vão simplesmente ficar na carteira. A tendência é irem perdendo espaço dentro da carteira em 2023.

ATIVO

% da carteira de Fundos Imobiliários

KNSC11 (Papel)

23,0%

CPTS11 (Papel)

16,6%

MALL11 (Tijolo – Shopping)

16,5%

HGLG11 (Tijolo – Logística)

13,1%

KNRI11 (Tijolo – Diversificado)

12,5%

RZTR11 (Papel)

9,9%

RURA11 (Papel)

8,0%

Dos ativos do exterior a carteira é composta por IVVB11 e uma tríade de SCHD, SCHP e VNQ. Hoje os percentuais são os seguintes:

ATIVO

% da carteira de Ativos do Exterior

IVVB11 (ETF brasileiro do S&P500)

45,0

SCHD (ETF de Dividendos)

31,0

SCHP (ETF de Inflação)

13,5

VNQ (ETF de Real Estate)

10,4

Nos ativos do exterior alguns colegas já me perguntaram o motivo de não escolher ativos individuais e preferir pagar taxas de administração em ETFs. Posso explicar isso de uma forma muito simples: nunca viajei para os EUA e se quer conheço um americano pessoalmente, tendo em vista que sou completamente alheio a economia americana na prática considero que usar os mesmos critérios que utilizo no Brasil para escolher empresas pode ser um caminho arriscado.

 Apesar de perder um pouco de rentabilidade com os ETFs acredito que são uma forma simples e diversificada de ser exposto a economia dos EUA. Na escolha dos ativos tenho preferido ETFs de perfil mais conservador e que estão expostos a teses que já contam com um bom histórico de performance.

Para finalizar esse post vou comentar brevemente sobre as minhas metas de 2022 e sobre o post de chutômetro que fiz neste ano.

#01 – Encerrar o ano com patrimônio acima de R$ 295.000,00:

Alcançada! Apesar de passar raspando nessa meta ela foi entregue com a força dos aportes de 2022.

#02 – Acumular R$ 34.000,00 em aportes ao longo do ano.

Alcançada! Foram aportados R$ 53.330,50 em 2022.

#03 – Acumular R$ 4.500,00 em renda passiva dos investimentos.

Alcançada! Foram creditados em conta R$ 5.259,40.

#04 – Alcançar uma rentabilidade de 8,0% no ano.

Não cumprida. A rentabilidade foi de +2,04% no ano.

#05 – Cuidar da minha saúde física e mental.

Alcançada! Fiz minha tradicional bateria de exames médicos e o resultado foi satisfatório. Na guerra contra a balança consegui reduzir meu peso e terminei o ano com 69,7kg (IMC 22,5). Dá para acreditar que já fui um gordo de 96kg?

#06 – Focar no desenvolvimento de habilidades e me tornar um profissional mais atrativo.

Alcançada! Consegui uma promoção agora no final do ano e que apesar dos desafios é um passo a mais na minha carreira. 

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Desejo para todos os leitores e amigos virtuais um excelente ano de 2023. Espero voltar aqui ao longo do ano com meus fechamentos mensais e ao final do próximo ano poder dizer que tive um 2023 de felicidade, saúde e sucesso financeiro para mim e meus familiares.

AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.