Tem muita coisa que poderia
ser destaque em setembro, mas vou ficar apenas no desemprego. A queda do número
de desempregados deve ser celebrada, apesar do número criminoso de 14%. Mas é
preciso se atentar que se gera empregos nesse país, mas são muito mal gerados! E
cada vez mais parece ser um problema de difícil solução e ignorado pelo governo.
O levantamento mostra que em
12 meses o salário médio recuou em -8,8%, ou seja, os empregos estão cada vez
mais precários, e isso sem falar na inflação acumulada de mais de 10% nesse período,
ou seja, o rendimento real caiu em quase ¼ e isso levando em conta a inflação
do IPCA que inclui vários itens que não tem tanto impacto na vida direta do
trabalhador de classe baixa. Fora isso o grosso do emprego está vindo do
trabalho por conta própria, esse tipo de emprego não deve ser romantizado pois causa
dois problemas: o primeiro, a redução da arrecadação para a previdência social,
o segundo, pela característica instável desse tipo de trabalho, pois causa um
impacto menor na confiança do trabalhador para consumir do que um emprego CLT.
Aí você meu amigo leitor
pensa: “foda-se! Eu estou empregado, azar o deles!”, pois é, azar deles
né? Mas saiba que quanto maior o desemprego e a dificuldade para arranjar
trabalho das outras pessoas, mais dependente você fica do seu chefe não te
demitir, pois o que te espera lá fora é desemprego e salários baixos e diante
disso, você aceita coisas que não aceitaria, em especial: acúmulo e sobrecarga
de trabalho. Até uns oito anos atrás quando eu ainda era adolescente era normal
ver nos sites de notícias aquelas matérias “como pedir um aumento para o seu
chefe?”, vai lá amiguinho, aproveita a economia bombando e pede um aumento para
o seu chefe.
Agora são 6 meses de rentabilidade negativa e com uma queda -0,47% na rentabilidade de setembro. O resultado ainda foi completado com a rentabilidade acumulada de 2021 sendo zerada. Esse é o momento que alguns podem duvidar da sua estratégia de investimento, pois não seria melhor eu deixar tudo na poupança e garantir uma rentabilidade melhor?
Não. Eu acredito na minha tese
de investimentos, pois apesar da rentabilidade zerada nesse ano eu olho para os
meus ativos financeiros e vejo que nenhum deles realmente passou por alguma
mudança que causasse perda de valor no longo prazo. É nesses momentos de queda
do mercado que continuo aportando, é só mais uma chance de comprar barato os
bons ativos.
Acredito que foi o primeiro
mês desde pelo menos Abril que nenhuma empresa da carteira pagou algum
dividendo relevante a ponto de empurrar o resultado para cima. Em setembro foram
creditados R$ 171,06, aqui já inclusos e convertidos com o câmbio do
último dia do mês os US$ 3,68, foi uma grata surpresa no mês de estreia dos
investimentos no exterior.
Aportes: Pode
parecer um pequeno passo para um investidor comum, mas um enorme salto para um jovem
fudido do interior do interior do sul do Brasil e por isso tenho o orgulho de me
autodenominar um “investidor internacional”.
O total de aportes é R$ 8.498,26. Foi o segundo melhor
resultado desse ano em aporte para um único mês, a maior parte desse resultado
veio do pagamento do bônus do primeiro semestre que a empresa pagou ainda na
segunda quinzena de agosto, mas como tradicionalmente gosto de fazer empurrei
para setembro.
O investimento do mês foi feito na compra de ETFs e uma
sobrinha em Rumo S.A, vamos ao racional:
- RAIL3 (Rumo
S.A): É a líder brasileira em ferrovias, comprei apenas 8 ações com uma
sobrinha do mês. Eu gosto da empresa e acredito no futuro ferroviário desse país.
- SCHD (ações
de dividendos): Gosto da ideia de comprar pagadoras de dividendos, pois se uma
empresa paga dividendos eu entendo que ela já cresceu e se estabilizou no seu
ramo de atuação, além disso é sinal de que o seu caixa está saudável o bastante
para conseguir pagar proventos.
- SCHP (inflação
americana): É apenas para proteção da carteira, não espero uma grande
rentabilidade e queria um ativo de renda fixa. Foi lendo o Bilionário do
Zero, que vi um comparativo interessante entre alguns ETFs de renda fixa e
gostei da performance do SCHP.
- VNQ (setor
imobiliário): Eu poderia comprar REITs diretamente, mas o VNQ me parece uma
rápida e simples forma de diversificar.
Eu estabeleci o seguinte
percentual para os meus investimentos no exterior: 50% para SCHD, 30% para SCHP
e 20% para VNQ.
Estou investindo pela Avenue, sei
que a corretagem zero não é para sempre e confesso que o spread no câmbio é
alto, posso vir a mudar no futuro a custódia para outra corretora.
Mas existem tantas corretoras
e você escolheu logo a Avenue? Sim, sei que existem corretoras com spreads mais
interessantes e corretagem zero, mas não são voltadas a brasileiros especificamente
e tenho medo de ter algum problema e precisar falar com um atendente americano
(ou indiano?) e meu inglês é péssimo.
Ações: Ainda
estou tentando me inteirar sobre a queda brusca de AES Brasil, percebi enquanto
atualizava minha planilha que ela está literalmente derretendo. Em relação a Rumo
S.A, a empresa vai construir uma ferrovia no Mato Grosso ligando vários municípios
líderes em agronegócio com sua malha viária, o investimento deve ficar pronto
só na próxima década.
Fundos Imobiliários:
Parece que sangria deu uma pausa. Preferi não aportar por hora e acompanhar o
comportamento dos fundos.
ETF: O
IVVB11 andou de lado, não aumentei posição nele por conta dos investimentos direto
no exterior. O blog do Mosca faz uma projeção de uma possível correção
do S&P500, mas ao mesmo tempo trabalha com um cenário em que o real possa
alcançar R$ 6 até o final do ano. Eu imagino que um acabe anulando o outro e
confesso que isso me deixaria muito satisfeito.
Renda fixa: Nada
relevante. Fiquei tentado em investir em um fundo de crédito privado, mas
calculei erroneamente o vencimento de uma LCI e acho que tenho mais um ano antes
dela vencer. Eu poderia resgar com liquidez diária, mas decidi que é melhor
esperar o próximo ano e aproveitar o mercado estressado pré-eleição para pegar
boas taxas.
Apenas percebi que sumiram as
ofertas de CDB/LCI/LCA com altas taxas no mercado. No final do ano passado eu
conseguia encontrar com facilidade LCI com vencimento para quatro ou cinco anos
com taxa de 115% do CDI, hoje dando uma olhada no cardápio encontrei no máximo
103%. Quem lá atrás já acreditava essa violenta alta da Selic se deu bem.
Vida profissional: De
férias e tirando algumas folgas acumuladas.
Vida pessoal: Nada
relevante. Fiz apenas uma curta viagem nas minhas férias, mas não achei nada de
interessante para compartilhar.