A economia dos
EUA está vivendo um dos períodos mais pujantes da história recente. O desemprego
recua a níveis próximos do pleno-emprego, enquanto milhões de vagas estão
disponíveis no mercado de trabalho frente a uma oferta muito menor de
trabalhadores interessados a preenchê-las. Nos bancos os americanos nunca guardaram
tanto dinheiro. E a economia segue extremamente dinâmica com até mesmo fábricas
de grandes companhias anunciando a construção de plantas em pleno solo
americano, em um possível sinal dos novos tempos da economia 4.0, onde os
salários menores em países subdesenvolvidos já não são tão atrativos para
grandes corporações.
Do outro lado
vemos a curva de juros dos EUA se invertendo, com vários analistas projetando
de que quando o FED subir suas taxas para 2% (ou seria 3%) a.a, a economia
entrará em colapso e mergulhará o país em uma imensa recessão, inclusive vi “analista”
no Twitter projetando queda de até 50% quando um suposto crash dos juros se
materializar.
Em cenários
como esses é que precisamos voltar nossa estratégia dentro os conceitos básicos
que nos fazem investir. Eu pessoalmente estou aqui pelo longo prazo, pela busca
de bons investimentos sólidos, lucrativos e inseridos em mercados que indicam
ter capacidade de manter a relevância daqui 20 a 30 anos. É nessas águas
duvidosas de 2022 que sigo navegando com tranquilidade, enquanto fujo de fazer “grandes
apostas” ou se meter na modinha do momento.
Vamos ao fechamento
mensal.
Depois de dois
meses complicados no começo do ano, é hora de comemorar um resultado positivo.
O mês de março registrou +1,13% de rentabilidade, por outro lado, o
desempenho ainda que positivo não foi o suficiente para apagar o acumulado negativo
dos dois meses anteriores, faltando ainda 0,79 p.p para voltar para o zero a
zero, e isso sem falar da já significativa defasagem para o CDI.
Agora vamos dar uma olhada na renda passiva:
Em março foram
recebidos R$ 484,51 em dividendos. No mesmo mês do ano passado o
recebimento havia sido de R$ 174,91 (+177%). Os principais destaques são
os gordos dividendos da Itaúsa e da Engie. O mês foi tão positivo em dividendos
que ficou por um triz de ultrapassar maio do ano passado (na época foram R$
486,93).
No exterior foi
o mês de receber os dividendos trimestrais de SCHD e VNQ, que se completaram com
o dividendo de SCHP e alcançaram R$ 61,38, o melhor resultado em dividendos do
exterior desde dezembro.
O bacana é que no
primeiro trimestre de 2021 os dividendos haviam somado R$ 409,99,
enquanto nesse ano alcançou R$ 924,35 (+125%).
Aportes:
Todos os aportes foram feitos nos últimos dias do mês. Ao todo o aporte foi de R$
3.856,47. Desse total aproximadamente R$ 65 foram alocados em SCHD através
da Avenue, trata-se apenas do reinvestimento dos dividendos recebidos dos ETFs
americanos.
No Brasil os
investimentos foram feitos em ações, ETF e fundos imobiliários. Eu percebi que
não vinha deixando claro a proporção dos investimentos em cada ativo:
- Alupar (ALUP3): 110 ações
- BB Seguridade (BBSE3): 40 ações
- Cyrela (CYRE3): 3 ações
- ETF do S&P500 (IVVB11): 4
cotas
- Kinea Securities (KNSC11): 8 cotas
O racional por trás
desses investimentos foi buscar exposição a ações defensivas e que podem se
beneficiar da alta dos juros (BB Seguridade) ou que estão finalizando seu ciclo
de investimentos e entrando em um momento de consolidação (Alupar). Enquanto
isso, decidi aproveitar a baixa do dólar para investir em S&P500. A aposta
em KNSC11 é em busca do bom yield do fundo que é alinhado com a qualidade da
gestão, pensei em investir em tijolos, mas me lembrei já o tinha feito no mês
anterior.
Ações:
Incrível como nenhuma das minhas ações brasileiras sofreu em março, fiquei acompanhando
ao longo de todo o mês para encontrar boas ações descontadas na carteira e que
oferecessem uma chance de entrada. Acredito que não encontrar essas
oportunidades é sinal de que consegui construir uma carteira sólida e que é
resistente aos ruídos do mercado.
Na análise específica de cada ativo
posso dizer que gostei da Cyrela, pois a empresa entregou um balanço sólido no
quarto trimestre e por focar no público de alta renda eu acredito que sofrerá
pouco com a desaceleração (recessão?) da economia.
Fundos Imobiliários:
Todos andaram meio de lado em março. Entretanto decidi que vou me desfazer de
MXRF11 quando ele voltar ao preço de R$ 10 ou se aproximar desse patamar, o
ativo é muito enrolado e analisando mais de perto vejo que poderia entregar
mais. Se eu sair do MXRF11 o destino será outro fundo imobiliário e
provavelmente algum da carteira (talvez um mix entre CPTS11 e KNSC11).
Acabei sendo forçado
a abrir conta na Genial para ter acesso ao meu informe de rendimento do MALL11,
decidi me render e abrir a conta quando percebi colegas da internet que não tiveram
nenhum respaldo da CVM ou do Bacen quando abriram reclamação.
ETFs:
O dólar despencou e o valor na carteira acompanhou, de qualquer forma não vejo
motivos para preocupação no longo prazo.
Renda Fixa:
Liquidei todas as minhas posições em títulos pré-fixados, acabei deixando a RF
um pouco de lado e quando fui olhar na corretora vi que a maioria dos meus títulos
estavam travados na faixa de 7% a.a (vencimentos em 2025 e 2026), fiz uma conta
rápida e vi que seria mais vantajoso trocar para o IPCA+2026. Acredito que
escolhi um bom momento, peguei taxas na faixa de IPCA+5,40%-5,50% a.a.
Vida Profissional:
Na saga da reestruturação da empresa surgiram algumas novidades. A princípio
sondei a possibilidade de conseguir uma transferência lateral para outra unidade,
conversei com o gestor e recebi um positivo dele de que sondaria com o RH a possibilidade
da transferência, o RH, entretanto vetou a ideia de uma transferência lateral e
indicou que deveria buscar uma transferência com promoção.
No final do mês
recebi de um contato interno a informação de que por ora a ideia de
reestruturar está congelada. De qualquer forma não estou muito confiante das
coisas terem sido colocados na geladeira, vou manter vocês atualizados de
eventuais novidades.
Vida Pessoal: Acabei saindo apenas em um final de semana do mês e não gastei muito. Com a tensão no
trabalho resolvi racionalizar os gastos.
AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.