quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Fechamento Novembro/2021: R$ 230.452,87 (-0,36%)

Acredito que nunca possa negar que esse mês foi dos mais agitados no noticiário, tanto pelas idas e vindas da PEC dos Precatórias, passando pela economia cada vez mais deprimida, e a nova variante da doença. Entretanto vou optar por destacar a notícia sobre a exploração ilegal no Rio Madeira.

É engraçado (e trágico) que organizações não-governamentais precisem elas mesmas irem a imprensa e berrar aos quatro cantos do mundo que uma espécie de planta industrial flutuante tinha sido montada no coração da Amazônia, e estivesse explorando sem autorização os recursos minerais. O que é mais interessante nessa história toda é a incapacidade de resposta do governo federal. É incrível como o governo levou semanas para tomar conhecimento e alguma medida a respeito.

Por sorte a “boiada” que está passando logo vai chegar ao fim, só é preciso tolerar isso por mais um ano.


Eu estava até animado com novembro, consegui manter uma rentabilidade positiva até meados do dia 20 quando fiz um apanhado geral da carteira, o problema foi depois disso quando tudo começou a derreter por aqui e sem uma reação do dólar para fazer o contrapeso. Ok, não posso reclamar que diante do novo pânico com a doença uma queda de -0,36% não é tão ruim.

Infelizmente faltando apenas um mês do final do ano é praticamente certo que foi um ano muito aquém do desejado e que se tivesse colocado grana na poupança teria me saído melhor, mas é claro, não invisto pensando em apenas 12 meses e sim no longo prazo e é por isso que sigo firme na minha estratégia de investimentos.

O recebimento de dividendos ficou mais ou menos dentro daquilo que eu esperava, levando em conta que a TAESA não distribuiu nada.

É gratificante ver a evolução da carteira de dividendos. Vamos ver como ela se comporta em dezembro, tomara que venham boas surpresas.

Aportes: Foi aportado apenas R$ 1.346,94. Desse montante um total de R$ 1.000,00 foi destinado ao exterior, onde comprei SCHD (Ações de dividendos), SCHP (Inflação) e VNQ (Imobiliário).

No Brasil aportei apenas os dividendos e escolhi jogar tudo em ITSA4, fiz esse aporte no finalzinho do mês e comprei ela abaixo de R$ 10.

Ações: No geral acompanhei a distância o resultado das empresas. Acredito que os destaques ficaram por conta da Rumo S.A (RAIL3) que decepcionou no lucro, apesar de que eu acredito na capacidade de longo prazo da empresa. O Bradesco (BBDC4), entregou um bom resultado na minha opinião. A Gerdau (GGBR4) e Suzano (SUZB3), seguem se dando bem com o dólar.

O que eu ainda estou de olho é na Taesa (TAEE11) que não distribuiu os tradicionais dividendos pois vai participar de alguns leilões em dezembro, espero que a empresa consiga uma boa proposta e que faça sentido no longo prazo, e se o preço for não distribuir dividendos? Ok. Melhor ganhar menos agora do que ver às receitas serem comprometidas no longo prazo.

Fundos Imobiliários: Todos derretendo. Eu decidi não fazer novos aportes por enquanto, vou voltar a estudar o setor no primeiro trimestre do próximo ano. Acredito que é o momento de parar e refletir sobre o comportamento dos juros em 2022 e além.

ETFs: Nada de relevante acontecendo por aqui.

Renda Fixa: Tenho Tesouro Pré-Fixado vencendo em Janeiro/2022 e já estou começando a olhar onde vou aportar esse montante. O que estou decidido a fazer é colocar em RF, o favorito hoje é o Tesouro IPCA+ e correndo por fora está os Pré-Fixados.

Infelizmente em CDB’s, LCI e LCA eu não estou encontrando nada de interessante para o longo prazo. É certo que em alguns bancos digitais existem aplicações a 160% e até 200% do CDI, mas sempre com vencimento curto o que não faz sentido para mim.

Vida Profissional: Surgiu uma vaga interna em uma unidade localizada em outro estado, é para uma função totalmente diferente da que atuo atualmente e pagando um salário um pouco maior (apesar de que a mudança anularia todo o aumento salarial), mas de acordo com o anúncio da vaga eu cumpro todos os pré-requisitos. Diante disso resolvi me candidatar e participar desse processo de seleção, isso aconteceu no começo do mês, me informaram que iriam analisar e me retornar. Até o momento ainda está em análise.

No geral estou um pouco exausto, é uma cobrança intensa e é triste você depender que outras pessoas façam as tarefas delas para que você faça o seu, espero ter um pouco de tranquilidade nesse final de ano (apesar de que não acredito).

Vida Pessoal:  Uma pequena atualização é que meu peso está em exatos 76,0 kg. Estou muito satisfeito com meu peso. Um amigo me mandou uma foto de 3 anos atrás esses dias, é incrível o que o emagrecimento fez com meu corpo sou literalmente outra pessoa. Na época da foto eu não controlava o peso com frequência, mas estimo que estivesse pelo menos 20kg mais gordo do que hoje.

Quando eu estava lá cheio de gordura e com IMC acima dos 30,0, eu via na blogosfera e na internet a galera mostrando antes e depois e relatando a perda de peso, na época parecia algo totalmente impossível e eu até pensava “ah isso não funciona comigo!”, pois é, funcionou.

 AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.


segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Fechamento Outubro/2021: R$ 229.927,62 (+0,76%)


No meio da galera que forma a base de puxa-sacos do governo Bolsonaro, existem vários grupos, dentre eles os “liberais”. Essa galera embarcou no discurso do posto Ipiranga em 2018, onde imagina que um político vindo do centrão, com discursos historicamente rasos e populistas conseguiria se manter casado com a cartilha liberal.

Os acontecimentos de outubro de 2021 já não me surpreendem e inclusive eu tinha escrito aqui no blog ainda em 2020 que o Paulo Guedes estava fracassando como ministro da economia. O Bolsonaro que vimos nas últimas semanas não pode surpreender ninguém, apesar dos bolsonaristas abominarem a Venezuela o presidente deles lembra mais Hugo Chávez no método de agir e na visão de país do que o ex-presidente Lula.

Um comentário que vale ser feito é sobre a COP26 que não contará com a presença do Brasil. O desprezo do governo pela questão ambiental é ideológico por princípio e burro por consequência. O fato é que independente da sua visão sobre a Emergência Climática, é ela que está no centro do palco das relações internacionais e é cada vez mais sensível ao eleitorado. O Brasil ficar de fora da cúpula deixa espaço para que discuta um alinhamento internacional onde não teremos voz forte o bastante, apesar da presença de uma delegação brasileira é inegável que sem o presidente vamos perder força na nossa voz. A imagem ambiental do Brasil foi muito queimada sob esse governo, e acabou caindo como uma luva no colo da França que alegou preocupações ambientais para barrar o acordo com o Mercosul e proteger a agricultura francesa. A questão é até que ponto o nosso país aceitará perder bilhões de dólares em mercados em troca de uma estupidez teimosia ideológica desse governo?


Finalmente voltando ao terreno positivo em outubro. A carteira se valorizou +0,76% no mês. O resultado é fruto da estratégia de exposição aos ativos no exterior que viveram um bom mês e ao dólar que indiretamente contribuiu para a valorização, claro, o CDI em alta tem melhorado a rentabilidade da posição pós-fixada que é mais de metade da minha carteira. 

No acumulado do ano temos um alta de +0,72% muito aquém dos 2,08% alcançados no acumulado dos dez primeiros meses do último ano. Apesar de ser um ano de rentabilidade difícil gostei do resultado de outubro, ainda mais comparando com o momento difícil do mercado local.

Dividendos: Foi recebido o total de R$ 169,03 em outubro. Durante o mês não aconteceu nenhum pagamento relevante de dividendos. Acredito que essa faixa próxima de R$ 160 por mês é o fluxo mínimo de dividendos.

Aportes: Aportei R$ 3.168,36 ao longo do mês. O aporte foi concentrado apenas na última semana do mês. Desse valor eu mandei R$ 3.000,00 para o exterior, sigo investindo pela Avenue e aportei nos ETF's que tenho em carteira (SCHD, SCHP e VNQ).

Eu tenho gostado de investir no exterior, acredito nos três ETF's e eles tem se complementado de forma interessante. É uma pena que com a nossa moeda tão depreciada, conseguimos comprar cada vez menos ativos no exterior com o mesmo dinheiro.

No mercado local o investimento foi de R$ 168,36, fruto dos dividendos recebidos durante o mês e que coloquei tudo em Itaúsa. A empresa ficou com uma participação razoável na XP, a tendência é que o Itaú aumente seus dividendos nos próximos anos e a gestão tem mostrado sinais de que quer comprar novos ativos ao longo dos próximos anos, mas sempre com responsabilidade. Eu gosto da gestão da Itaúsa, seria legal se os Fundos Imobiliários tivessem uma gestão parecida e que focasse em crescer com sabedoria e solidez.

Ações: Sofreram muito durante o mês com a repercussão do furo no teto de gastos. Hoje minha participação em ações brasileiras é de 2/3 entre empresas de energia e do setor financeiro, teoricamente são empresas que devem sofrer menos com a situação, pois o setor de energia costuma ser protegido da inflação pelos seus contratos e o setor financeiro apesar de sofrer com a queda da atividade econômica tende a ser beneficiado da alta dos juros. No geral acredito que não é o momento de retirar nenhuma ação da minha carteira.

Fundos Imobiliários: A expectativa de uma Selic de 11% em 2022 é terrível para os FIIs. A maioria dos fundos de tijolos está entregando na faixa de 8% a.a de retorno e os fundos de papéis tem girado na faixa de 11%-12% a.a, entretanto surge a questão: vale a pena correr o risco de FIIs por essa rentabilidade?

É natural que exista dificuldade para os FIIs aumentarem o pagamento de dividendos e a única forma de tornar eles atrativos é com a queda do preço nominal que deve impulsionar os Dividend Yields. É nesse processo que assistiremos boas oportunidades de compra aparecendo e ficará cada vez mais difícil para gestões porcas continuarem a abocanhar dezenas de milhões em subscrições. É a hora da limpeza!

Na minha carteia o GGRC11 está se perdendo na gestão, parece que depois de ficar com uma montanha de dinheiro em caixa e cobrando taxa de administração o fundo resolveu após a intensa pressão dos cotistas começar a comprar, mas parece que no desespero colocou muita coisa questionável para dentro. Esse fundo está oficialmente em atenção e posso remover ele da carteira nos próximos meses.

ETFs: O IVVB11 segue indo bem com o bom momento da bolsa americana e do dólar em alta por aqui.

Renda Fixa: A minha carteira de pré-fixada foi comprada majoritariamente até 2019 e com taxas na faixa de 7% a.a. É natural que estejam sofrendo com a marcação a mercado, mas ainda assim estão entregando uma rentabilidade contratada maior do que a inflação projetada para os próximos anos. 

Por enquanto não está no radar comprar pré-fixados, visto que estamos em um ciclo de alta. No que tange ao pós-fixado não estou fazendo novos aportes no momento, mas é uma opção que voltou a ser considerada.

Vida profissional: Voltei de férias. A rádio peão está dividida, de um lado alguns falam que a empresa vai abrir vagas e do outro alguns falam que vão cortar vagas. Na minha opinião, eu não acredito em nenhum dos extremos, mas não ficaria surpreso se estivesse errado.

Vida pessoal: Fiz meus exames médicos anuais, isso era um dos objetivos de  2021. Estou aguardando os resultados.

 AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.


sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Fechamento Setembro/2021: R$ 225.028,19 (-0,47%)

Tem muita coisa que poderia ser destaque em setembro, mas vou ficar apenas no desemprego. A queda do número de desempregados deve ser celebrada, apesar do número criminoso de 14%. Mas é preciso se atentar que se gera empregos nesse país, mas são muito mal gerados! E cada vez mais parece ser um problema de difícil solução e ignorado pelo governo.

O levantamento mostra que em 12 meses o salário médio recuou em -8,8%, ou seja, os empregos estão cada vez mais precários, e isso sem falar na inflação acumulada de mais de 10% nesse período, ou seja, o rendimento real caiu em quase ¼ e isso levando em conta a inflação do IPCA que inclui vários itens que não tem tanto impacto na vida direta do trabalhador de classe baixa. Fora isso o grosso do emprego está vindo do trabalho por conta própria, esse tipo de emprego não deve ser romantizado pois causa dois problemas: o primeiro, a redução da arrecadação para a previdência social, o segundo, pela característica instável desse tipo de trabalho, pois causa um impacto menor na confiança do trabalhador para consumir do que um emprego CLT.

Aí você meu amigo leitor pensa: “foda-se! Eu estou empregado, azar o deles!”, pois é, azar deles né? Mas saiba que quanto maior o desemprego e a dificuldade para arranjar trabalho das outras pessoas, mais dependente você fica do seu chefe não te demitir, pois o que te espera lá fora é desemprego e salários baixos e diante disso, você aceita coisas que não aceitaria, em especial: acúmulo e sobrecarga de trabalho. Até uns oito anos atrás quando eu ainda era adolescente era normal ver nos sites de notícias aquelas matérias “como pedir um aumento para o seu chefe?”, vai lá amiguinho, aproveita a economia bombando e pede um aumento para o seu chefe.


Agora são 6 meses de rentabilidade negativa e com uma queda -0,47% na rentabilidade de setembro. O resultado ainda foi completado com a rentabilidade acumulada de 2021 sendo zerada. Esse é o momento que alguns podem duvidar da sua estratégia de investimento, pois não seria melhor eu deixar tudo na poupança e garantir uma rentabilidade melhor?

Não. Eu acredito na minha tese de investimentos, pois apesar da rentabilidade zerada nesse ano eu olho para os meus ativos financeiros e vejo que nenhum deles realmente passou por alguma mudança que causasse perda de valor no longo prazo. É nesses momentos de queda do mercado que continuo aportando, é só mais uma chance de comprar barato os bons ativos.

Acredito que foi o primeiro mês desde pelo menos Abril que nenhuma empresa da carteira pagou algum dividendo relevante a ponto de empurrar o resultado para cima. Em setembro foram creditados R$ 171,06, aqui já inclusos e convertidos com o câmbio do último dia do mês os US$ 3,68, foi uma grata surpresa no mês de estreia dos investimentos no exterior.

Aportes: Pode parecer um pequeno passo para um investidor comum, mas um enorme salto para um jovem fudido do interior do interior do sul do Brasil e por isso tenho o orgulho de me autodenominar um “investidor internacional”.

O total de aportes é R$ 8.498,26. Foi o segundo melhor resultado desse ano em aporte para um único mês, a maior parte desse resultado veio do pagamento do bônus do primeiro semestre que a empresa pagou ainda na segunda quinzena de agosto, mas como tradicionalmente gosto de fazer empurrei para setembro.

O investimento do mês foi feito na compra de ETFs e uma sobrinha em Rumo S.A, vamos ao racional:

  • RAIL3 (Rumo S.A): É a líder brasileira em ferrovias, comprei apenas 8 ações com uma sobrinha do mês. Eu gosto da empresa e acredito no futuro ferroviário desse país.
  • SCHD (ações de dividendos): Gosto da ideia de comprar pagadoras de dividendos, pois se uma empresa paga dividendos eu entendo que ela já cresceu e se estabilizou no seu ramo de atuação, além disso é sinal de que o seu caixa está saudável o bastante para conseguir pagar proventos.
  • SCHP (inflação americana): É apenas para proteção da carteira, não espero uma grande rentabilidade e queria um ativo de renda fixa. Foi lendo o Bilionário do Zero, que vi um comparativo interessante entre alguns ETFs de renda fixa e gostei da performance do SCHP.
  • VNQ (setor imobiliário): Eu poderia comprar REITs diretamente, mas o VNQ me parece uma rápida e simples forma de diversificar.

Eu estabeleci o seguinte percentual para os meus investimentos no exterior: 50% para SCHD, 30% para SCHP e 20% para VNQ.

Estou investindo pela Avenue, sei que a corretagem zero não é para sempre e confesso que o spread no câmbio é alto, posso vir a mudar no futuro a custódia para outra corretora.

Mas existem tantas corretoras e você escolheu logo a Avenue? Sim, sei que existem corretoras com spreads mais interessantes e corretagem zero, mas não são voltadas a brasileiros especificamente e tenho medo de ter algum problema e precisar falar com um atendente americano (ou indiano?) e meu inglês é péssimo.

Ações: Ainda estou tentando me inteirar sobre a queda brusca de AES Brasil, percebi enquanto atualizava minha planilha que ela está literalmente derretendo. Em relação a Rumo S.A, a empresa vai construir uma ferrovia no Mato Grosso ligando vários municípios líderes em agronegócio com sua malha viária, o investimento deve ficar pronto só na próxima década.

Fundos Imobiliários: Parece que sangria deu uma pausa. Preferi não aportar por hora e acompanhar o comportamento dos fundos.

ETF: O IVVB11 andou de lado, não aumentei posição nele por conta dos investimentos direto no exterior. O blog do Mosca faz uma projeção de uma possível correção do S&P500, mas ao mesmo tempo trabalha com um cenário em que o real possa alcançar R$ 6 até o final do ano. Eu imagino que um acabe anulando o outro e confesso que isso me deixaria muito satisfeito.

Renda fixa: Nada relevante. Fiquei tentado em investir em um fundo de crédito privado, mas calculei erroneamente o vencimento de uma LCI e acho que tenho mais um ano antes dela vencer. Eu poderia resgar com liquidez diária, mas decidi que é melhor esperar o próximo ano e aproveitar o mercado estressado pré-eleição para pegar boas taxas.

Apenas percebi que sumiram as ofertas de CDB/LCI/LCA com altas taxas no mercado. No final do ano passado eu conseguia encontrar com facilidade LCI com vencimento para quatro ou cinco anos com taxa de 115% do CDI, hoje dando uma olhada no cardápio encontrei no máximo 103%. Quem lá atrás já acreditava essa violenta alta da Selic se deu bem.

Vida profissional: De férias e tirando algumas folgas acumuladas.

Vida pessoal: Nada relevante. Fiz apenas uma curta viagem nas minhas férias, mas não achei nada de interessante para compartilhar.

 AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.


domingo, 19 de setembro de 2021

O Brasil à deriva


Já faz mais de 10 dias desde o tão falado ‘Dia D’ do bolsonarismo, depois de um mês inteiro de apreensão no país os bolsonaristas finalmente iriam mostrar ao que vieram e segundo alguns, tentariam um golpe de estado contra a nossa democracia.

Eu particularmente nunca acreditei na possibilidade de um golpe, não é atoa que simplesmente ignorei o tópico no fechamento mensal de agosto. Aliás, qualquer pessoa investidora que realmente acredita na possibilidade de um golpe, tem que refletir com o mínimo de sensatez quais seriam os efeitos de tal ato contra seus investimentos. No meu caso em particular, se eu acreditasse na possiblidade de um golpe agora ou em algum momento no futuro, já teria liquidado meus investimentos e enviado tudo para o exterior. Eu não o faço, pois não acredito.

Aquele movimento de 7 de setembro, não era exatamente composto por pessoas que tem coragem de fazer alguma coisa para mudar o status quo (ainda que para pior), a agenda visivelmente era para defender sua posição e status social que sentem que é ameaçado pela possibilidade de um governo de esquerda, claro, tudo devidamente acompanhado (ou disfarçado?) de mantras como “família”, “pátria”, “liberdade” (???), “contra a sexualização nas escolas” e “contra a corrupção”.

Evidentemente o que se seguiu foi um discurso bizarro do presidente, mas ainda assim broxante para os mais exaltados bolsonaristas que esperavam que ele declarasse pelo menos um Estado de Sítio (ignorando o fato que o presidente não é capaz de tomar essa decisão), mas foi por aí que acabou o dia. Para a frustração geral da extrema-direita que não viu o que queria naquele feriado.

A coroação de tudo isso veio nos dias seguintes quando o presidente de forma humilhante recuou de tudo aquilo que falou e fez, em um dos momentos mais vexaminosos da política brasileira. Deixou a própria base perplexa e confusa, mas porque ficaram surpresos? O Bolsonaro sempre mostrou que está preocupado exclusivamente em salvar a própria pele e da sua família, no clássico ditado popular de “vai-se os anéis e ficam os dedos”.

O que sobra de legado do 7 de setembro é que o governo já acabou, basicamente é um Titanic pós-iceberg, o Centrão já está com os coloques salva-vidas na espera do momento certo para pular na água e embarcar no primeiro navio que aparecer em forma de RMS Carpathia, seja ele comandado por Lula ou alguém da sonhada terceira via.

A economia está em frangalhos, temos um problema inflacionário, causado por dois fatores: os combustíveis, que segundo o governo o lucro bilionário e recorde da Petrobras não tem nada haver com a história e que tudo é culpa de um tal ICMS que surgiu em 2021, fruto de um complô digno de ‘Pinky e o Cérebro’ encabeçado pelos governadores. Falando sobre a Petrobras, eu acho que o nosso país deveria resolver o que quer dessa empresa, pois se for para atender aos interesses da sociedade que seja feito o fechamento de capital e se for para atender aos interesses do mercado, que seja feito a completa abertura do setor e venda da participação do governo. O que não dá mais é eu ficar olhando para a bomba do posto de combustível enquanto abastece o tanque de gasolina e sorridentemente me conformar com a frase “a Petrobras é nossa” a cada R$ 6,19, pelo menos uma das pontas desse problema precisa ser resolvida.

            O Paulo Guedes, que eu já falei ainda no meio do ano passado que deveria ser demitido, realmente não tem mais plano para o país. A PEC dos Precatórios, é apenas uma forma de legalizar a pedalada fiscal pra dar espaço ao populismo eleitoreiro (no estilo petista). A Reforma do IR, continua protegendo partes intocáveis da Elite.

            Na política ambiental, a Amazônia pega fogo e milhares de grileiros e garimpeiros invadem a floresta e ainda existem aqueles que defendem a regularização da situação legal dessas terras invadidas. Enquanto isso o agronegócio sofre com a crescente pressão ambientalista internacional contra o Brasil e que pode prejudicar o nosso único setor que consegue operar de forma competitiva. É incrível como até poucos anos atrás o nosso país estava na vanguarda da proteção ao meio ambiente e combate a Emergência Climática, fizemos até mesmo uma cerimônia de abertura da Rio-2016 vendendo essa imagem ambientalista! Hoje somos a pária internacional.

            No campo diplomático, ainda assistimos atônitos ao governo perder seu amor eterno, Donald Trump. Acredito que depois de assistirmos a polêmica envolvendo os submarinos australianos, fica-se claro que os EUA independente do governo republicano ou democrata sempre vão colocar a ‘América Primeiro’ em detrimento de qualquer outro país, sejam eles aliados relevantes e estratégicos ou apenas países que tem fetiche em ficar de quatro. Existe algum problema na estratégia americana? Nenhum. O que falta no Brasil é termos um pouco de consciência de que somos apenas um ator coadjuvante no tabuleiro global, e qualquer governo brasileiro de Direita ou de Esquerda tem que priorizar na diplomacia a busca por mercados consumidores para nossos produtos. Aqui é preciso fazer uma crítica ao governo petista, que tal como Bolsonaro também acham que o Brasil tem um lugar na mesa das grandes potências globais, lamento dizer: Não temos! Já perdemos o nosso bônus demográfico, somos militarmente fracos, economicamente frágeis e geograficamente o Atlântico Sul não é onde será jogada as grandes partidas geopolíticas nos próximos 50 anos. Nosso maior ativo é a Amazônia e estamos fazendo o possível para o destruir.

            O que resta agora é torcermos para que o país eleja algum preparado para navegar esse país pelas águas turbulentas de 2023. A alta dos juros americanos e a desaceleração natural da economia global no pós-COVID, vão colocar o nosso país diante de ventos desfavoráveis e precisamos de alguém capaz de encarar esses problemas e acalmar nossa política. Já ficou claro, que não será Bolsonaro no comando em 2023, mas por enquanto a possibilidade de termos o tal Lula 3.0, é no mínimo de dar calafrios.

AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Fechamento Agosto/2021: R$ 217.587,63 (-0,11%)

O The Australian, relata que o mercado acionário da China pode estar oferecendo uma oportunidade única para a entrada de investidores estrangeiros. A aposta é que às recentes medidas do governo chinês de regulação contra as grandes companhias privadas do país é apenas um ruído de curto prazo e que nada mudou na política chinesa que mantém a filosofia de construir um capitalismo ao “estilo chinês” e distante do modelo ocidental, e que esse tipo de movimento causou várias oportunidades de compra nos últimos anos, e que estamos apenas diante de uma repetição desse cenário. O jornal aponta que várias empresas chinesas de tecnologia agora estão sendo negociadas com um prêmio de desconto de até -60% em comparação a seus pares americanos.

O The Wall Street Journal, publicou uma reportagem especial revelando um dilema que milhares de pequenos negócios nos EUA estão enfrentando nos últimos tempos; taxas com pagamentos com cartões de crédito. Os comerciantes com margens cada vez mais apertadas veem nos custos desse tipo de transação mais um fato limitante nas suas margens e por isso é cada vez mais intenso o movimento para dar descontos aos clientes que pagarem com dinheiro ou cartão de débito, ou até mesmo limitar o pagamento do cartão a compras acima de US$ 5, ao mesmo tempo em que tenta preservar suas margens, percebeu-se que cada vez menos os consumidores andam com dinheiro e o empresário precisa se equilibrar entre lucratividade e o volume de vendas.

Vamos ao fechamento mensal:

Já não é novidade um mês com rentabilidade negativa em 2021, é incrível que o ano de 2020 que teoricamente era pra ter sido muito pior conseguiu entregar um resultado muito melhor. Em relação a esse mês de agosto a queda -0,11% colocou a prova o “hedge” que desenvolvi na carteira, pois enquanto o Ibovespa despencava o IVVB11 se aproveitava da volatilidade cambial e do desempenho do S&P500 para caminhar em um rumo diferente. No final do mês o crescimento da tensão política-fiscal infelizmente empurrou o resultado para o vermelho.

Os dividendos foram satisfatórios, com um desempenho de R$ 251,56. Estou cada vez mais próximo de bater o objetivo anual de recebimento de proventos. A menção negativa fica por conta de Taesa que eu esperava receber dividendos, mas vamos voltar a falar sobre ela depois.

Aportes: No que tange a recursos novos fiquei a poucos reais de R$ 4 mil de aporte, foi o meu mês com a menor despesa em 2021, o que proporcionou um aporte gordo. No final do mês recebi o bônus de resultado do 1º semestre na empresa, mas como já fiz nos últimos anos decidi que vou aportar ao longo de setembro, o objetivo é evitar concentrar muito os aportes em agosto e ir distribuindo dentro do mês de setembro.

Comprei os seguintes ativos:

  • RZTR11 (FII de propriedades agrícolas): é um fundo recente e que tem feito uma boa alocação dos recursos captados, tem entregado um DY interessante e pelo que pesquisei sobre a estratégia da gestão a ideia é entregar nas redondezas de 1% a.m de rentabilidade.
  • RAIL3: Acho que com a alta do frete rodoviário as ferrovias que já tinham vantagem competitivas vão ganhar cada vez mais espaço, além disso, a exposição da Rumo é principalmente voltada para a escoação do agronegócio do centro-oeste do país, o que teoricamente os coloca como beneficiados direto do melhor setor da economia.
  • CYRE3: Achei o resultado do terceiro trimestre bem ‘OK’ e a queda do preço da ação me motivo a comprar na expectativa de ter uma ação de crescimento e que entregue bons dividendos. Infelizmente caiu mais depois que comprei.
  • BBDC4: O preço me pareceu atrativo e apesar do desempenho no segundo trimestre não ter agrado, aparentemente é um resultado isolado e motivado pelo impacto na Bradesco Seguros da indenização com Covid-19. Acho que o banco tem conseguido expandir sua carteira e sua política de enxugamento de gastos é muito interessante. A perspectiva de bonificação anual de ações também é digno de nota.
  • Tesouro IPCA+: Com o stress causado pela crise política-fiscal as taxas de tesouro direto dispararam durante o mês, acabei por comprar IPCA com vencimento em 2026. 

Ações: A Taesa entregou um resultado dentro do esperado, entretanto não entregou os tradicionais dividendos de agosto o que furou a minha expectativa de dividendos do mês, apesar disso a diretoria da empresa está interessada em comprar uma empresa e aparentemente o valor ficará em caixa para apoiar essa compra, vamos acompanhar o desenrolar.

Decidi por vender VIA (antiga Via Varejo), não vejo o menor sentido em manter na carteira. A empresa não tem entregado nenhum diferencial competitivo interessante e como decidi que iria investir no exterior sem aumentar a quantidade de ativos, optei por vender VIA para abrir espaço na carteira.

Fundos Imobiliários: Esses sofreram muito e acho que nenhum deles entregou algum resultado de destaque.

Optei por vender RBFF11 e o fiz por vários motivos: a gestão da Rio Bravo anda se envolvendo em várias subscrições abaixo do valor patrimonial, o fundo está muito desconto e entregando um Yield alto, mas o Yield está alto por mérito da gestão ou pelo fundo estar sendo negociado a 0,85 P/VP? Saiu da carteira e abriu espaço para RZTR11.

ETF’s: A exposição a IVVB11 funcionou dentro do que eu esperava como um “hedge” da carteira. O HASH11 foi vendido, não gostei da experiência com criptomoedas e não tenho interesse em investir diretamente nessa classe de ativo.

Renda fixa: Comprei o IPCA+ com vencimento em 2026. No momento eu não vi sentido em comprar pré-fixados que é o que normalmente faço quando trata-se de TD. A Selic está em 5,25% e na melhor das hipóteses parece caminhar para 7,5%-8,0% no final do ano, acho que travar em uma taxa de 9,xx ou 10,xx é arriscado no momento.

Vida profissional: Nada relevante.

Vida pessoal: Recebi a primeira dose da vacina nessa semana.

AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.




domingo, 1 de agosto de 2021

Fechamento Julho/2021: R$ 213.828,58 (+1,09%)

 
Depois de mais uma ideia absurda do Paulo Guedes para "resolver" os problemas do nosso país, parece que a proposta evoluiu com a pressão do lobby dentro do Congresso e os fundos imobiliários vão manter a isenção, é cedo para comemorar e se tratando de Brasil devemos aguardar até o final da tramitação.

Apesar disso tudo é preciso reconhecer que essa proposta continua escancarando dois problemas históricos do nosso país: primeiro, a necessidade de proteger os privilégios de parte da sociedade (O assalariado de R$ 3 mil paga IR, mas é um absurdo cobrar do empresário que ganha R$ 20 mil) e segundo, a sanha gastadora de nossos governantes (planejam cortar impostos e abrir um buraco de pelo menos R$ 20 bilhões e que aparentemente ninguém está preocupado em tampar). Espero que todos já tenham percebido que seja de esquerda ou de direita sempre que parece sobrar um espaço nas contas públicas o destino é sempre para mais gastos e subsídios (e sempre o mais ineficiente possível), a dívida e o déficit que lutem por si.

Enquanto o Legislativo segue mostrando suas deficiências matemáticas, do outro lado da Praça dos Três Poderes parece que estão querendo organizar uma rolê com temática dos anos 60, mas não se preocupe esse é tipo de evento onde só participa se tiver o nome na lista e você leitor não está nela.


Depois de amargar dois meses consecutivos de rentabilidade negativa a carteira finalmente voltou para o terreno positivo. A valorização de +1,09% é comemorável, mas quando olhamos para o acumulado do ano com alta de apenas +0,57% não existem muitos motivos para celebrar, ainda mais considerando que no mesmo período do ano passado o acumulado era de +2,31%.



Os dividendos vieram acima do que eu esperava, com um total de R$ 197,85 recebidos ao longo do mês. A carteira de fundos imobiliários foi responsável por 2/3 desse montante. A surpresa positiva nos dividendos ficou por conta de BBDC que entregou dividendos que eu não esperava quando o mês começou.

Aportes: Conforme o esperado foi um mês muito magro de aportes, fruto de gastos previstos (abaixo do esperado) e imprevistos (acima do esperado), entretanto considero que o simples fato de ter aportado é motivo para comemorar, pois o mês de Julho não tinha previsão de aportes quando elaborei o planejamento do ano.
Investi apenas R$ 1,1 mil e foi tudo para Fundos Imobiliários. Optei por MALL11 (apostando na reabertura da economia e na volta da ocupação dos espaços vazios em shoppings no médio-prazo) e MXRF11 (escolhi por ter um bom yield e por ser tão baratinho que era o único destino possível para as sobras).

Ações: No mês passado falei que Bradesco estava chamando minhas atenções por conta da minha estratégia pós-tributação de dividendos, mas preferi aguardar mais um pouco na expectativa de entender melhor como o Open Finance vai impactar as atividades do banco, vou ficar de olho no resultado do 2º trimestre do bancão, a linha que me chama mais atenção é a de redução de despesas o banco deu uma bela remodelada na estrutura física.
Vou ficar de olho em Via (VVAR3) a empresa não tem me agradado e nem apresentado performance interessante, estou querendo adquirir novos ativos, mas sinto que tenho que manter a quantidade de ativos sob controle e penso em substituir ela por alguma outra posição mais agradável.

Fundos Imobiliários: Uma boa recuperação para a galerinha como um todo. Andei pesquisando um pouco mais a fundo sobre a gestão dos meus fundos e descobri que a galera não está nada contente com a qualidade de RBFF11 (Rio Bravo) e existem alguns asteriscos em VINO11 (Alto % de aluguel para a própria gestora). A diferença aqui nos FIIs é que quero melhorar a qualidade da carteira, mas sinto dificuldade em encontrar bons ativos no setor, ultimamente fiquei com a impressão de que o foco é simplesmente fazer emissão encima de emissão para aumentar o PL e a receita com taxa de administração. 

ETFs: O IVVB11 subiu (o que ajudou muito na boa performance da carteira) fruto do otimismo na economia americana. O HASH11 também resolveu subir com força na segunda quinzena do mês, entretanto não me empolga para uma nova aplicação, imagino que depois de VVAR3 é um possível alvo para cair fora da carteira.

Renda Fixa: A Selic subindo ajuda minha LCI  e meus pós-fixados. Aqui o ambiente é tranquilo e está no piloto automático. Imagino que TD possa ocupar uma posição mais central nos aportes da minha carteira em 2022 quando a turbulência oferecer janelas de oportunidade.

Vida profissional: Cobrança muito intensa no trabalho, com algumas demissões acontecendo. Estou mais reflexivo com minhas perspectivas e planos na empresa, vamos ver como o cenário se molda nos próximos meses.

Vida pessoal: Eu sai com colegas algumas vezes durante o mês, com a doença diminuindo a galera está ficando mais solta e por aqui quase ninguém ainda leva realmente a sério os protocolos sanitários. A vacinação por faixa etária avança na minha cidade, mas infelizmente sou praticamente um dos últimos que vai receber a vacina.

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AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.



domingo, 25 de julho de 2021

As Olimpíadas afetam a bolsa de valores?

 

Vamos deixar um pouco de lado os sérios problemas da nossa economia para se render ao maior evento esportivo do mundo, os Jogos Olímpicos! Eu sei que você provavelmente vai gostar mais de assistir a Copa do Mundo FIFA, e apesar do futebol ser o esporte mais popular do mundo, claro, fruto da imensa popularidade do esporte no Brasil e do desempenho olímpico pouco empolgante do Brasil, pois afinal, como diz aquela velha frase: "Brasileiro não gosta de esporte; gosta de ver brasileiro ganhando!".

Em relação ao mercado de ações vários estudos já foram feitos sobre a relação entre as Olímpiadas e o desempenho das bolsas de valores. De acordo com esses estudos na média dos jogos pós-guerra, nas duas semanas anteriores o S&P500 recuou -0,2% ao dia da abertura, durante a realização dos jogos ele subiu em média +1% e nas duas semanas seguintes ao dia do encerramento recuou em média -0,3%.

Em 2021, fui buscar como o S&P500 se comportou e olha que interessante: entre 9 de julho e 22 de julho (nos pregões de duas semanas anteriores a abertura) o índice acumulou um recuo de -0,05% e o Down Jones apresenta recuou de -0,1% nesse intervalo de tempo. Curiosamente, na sexta-feira (o dia da cerimônia de abertura e por consequência o primeiro dia onde o mercado funcionou após a abertura dos Jogos Olímpicos, o S&P500 subiu +1,01% e o Down Jones +0,68%).

Legal! Já vimos um estudo interessante sobre os índices norte-americanos. Vamos ver como se comporta a bolsa de valores dos países que recebem as Olímpiadas?

Em 7 das últimas 8 Olímpiadas de verão, o país-sede viu seu principal índice de ações subirem no ano seguinte a realização, a única exceção foi o índice australiano que não apresentou esse comportamento após Sydney-2000, de acordo com Shoji Hirakawa, estrategista-chefe da Tokai Tokyo Research Institute. 

Já o atual país sede apresentou um padrão interessante, uma correlação entre o forte desempenho japonês nas Olimpíadas anteriores e os ganhos do mercado de ações. A média das ações do Nikkei aumentou durante todas as cinco Olimpíadas desde 1968, onde o Japão ganhou 10 ou mais medalhas de ouro, disse Akiyoshi Takumori, economista-chefe da Sumitomo Mitsui DS Asset Managem.

Já um outro estudo publicado na Science Daily, mostrou um padrão entre o volume de negócios no mercado acionário vs. a quantidade de medalhas de ouro conquistadas. Por exemplo, para cada medalha de ouro conquistada pelos EUA, o volume de negócios nas empresas S&P 500 é quase 3% menor no dia seguinte. Para Alemanha e Coreia do Sul, essa queda é ainda maior, de 6,7% e 7,3%, respectivamente. Os volumes de negócios também são significativamente menores para empresas patrocinadoras após o sucesso olímpico no país em que estão sediadas. 

Os autores Raphael Markellos, professor de finanças da Norwich Business School da UEA, e a Dra. Jessica Wang, conferencista sênior da Nottingham Business School da NTU, examinaram se o impacto dos Jogos e das medalhas de ouro no mercado de ações se deve a uma mudança no humor dos investidores ou distração de sua atenção.

Um dos motivos apresentados para sediar os Jogos Olímpicos é que eles trazem benefícios para o bem-estar, a sensação de bem-estar ou a felicidade da população. No entanto, os resultados do estudo, publicados no The European Journal of Finance , não confirmam isso, uma vez que não encontram uma ligação significativa entre o sucesso nos Jogos Olímpicos e o sentimento entre os investidores. Os autores concluem que os Jogos afetam a atenção dos investidores ao invés de seu humor.

Os resultados são baseados na análise de um novo conjunto de dados de medalhas em quatro Jogos Olímpicos de Verão (Sydney / 2000, Atenas / 2004, Pequim / 2008, Londres / 2012) para oito grandes economias (EUA, Reino Unido, França, Austrália, Holanda, Alemanha, Coréia do Sul, Japão) e cinco firmas patrocinadoras multinacionais (Coca Cola, McDonald's, Panasonic, Visa, Samsung).

O professor Markellos disse: "A ideia central subjacente ao nosso estudo não é nova. Desde os tempos romanos, usamos a frase panem et circenses - pão e circo - para descrever como os jogos públicos e outros espetáculos de massa podem desviar a atenção. A ideia ainda é muito popular, como exemplificado por Jogos Vorazes, a popular trilogia e série de filmes.

"Nossos resultados apoiam as evidências da pesquisa dos Jogos de Londres 2012, sugerindo que cerca de uma em cada quatro pessoas relataram que provavelmente assistiriam ou ouviriam a cobertura dos eventos no trabalho. Também sabemos que a audiência da TV no Reino Unido durante os Jogos aumentou em quase 15 %

“Não estamos dizendo em nosso estudo que o sentimento ou humor do investidor não seja importante em esportes ou outros grandes eventos. No entanto, a atenção é o gargalo, um pré-requisito para mudanças no humor dos investidores, o que por si só é uma condição necessária, mas não suficiente para impacto financeiro. Se os investidores forem distraídos por uma perda esportiva, por exemplo, o declínio em seu humor pode não chegar ao mercado de ações. "

O Dr. Wang acrescentou: "Os padrões do mercado de ações que detectamos são exploráveis ​​por meio de uma estratégia de negociação de volatilidade baseada em medalhas olímpicas. Mostramos em nosso estudo que tal estratégia produz lucros superiores em comparação com os de uma abordagem passiva. Outros eventos não econômicos significativos relacionados para esportes, mas também para clima, meio ambiente e feriados também podem esconder oportunidades para investidores. "

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Não recomendo que ninguém leve isso em conta na hora de investir, mas achei que foram dados interessantes sobre a relação das Olimpíadas e o mercado acionário, algo que parece sempre muito distante e que guarda no mínimo algumas coincidências. 
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FONTES:
@datatistic
University of East Anglia. "How Olympic Games affect the stock market." ScienceDaily. ScienceDaily, 16 January 2018.
Asia, Nikkei - "Pandemic-year Olympics to test legend of stock market gold".

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quinta-feira, 1 de julho de 2021

Fechamento Junho/2021: R$ 210.470,73 (-0,54%)

 

A GAP uma das principais varejistas de moda do mundo anunciou hoje que vai fechar todas às suas lojas no Reino Unido, e pretende expandir esse fechamento para outros países europeus nos próximos meses. A empresa pretende fechar outras 200 lojas em shoppings nos EUA nos próximos trimestres.

O que quero refletir nesse fechamento é sobre uma retomada em 'K' da economia, enquanto o PIB parece decolar nesse ano, o mercado financeiro e às empresas comemoram altos lucros essa melhora não está chegando na ponta. O Reino Unido que está três meses na nossa frente na pandemia, continua com dificuldades na geração de emprego. 

A perda de emprego parece ser permanente em vários setores, a digitalização em massa de serviços e do comércio tem sido boa para os empregadores e ruim para os empregados, é claro, não dá para defender que tudo fique fora da internet para proteger os empregos, mas é curioso que a abertura de vagas na "nova economia digital" não tem conseguido acompanhar o fechamento de vagas na "velha economia", como aconteceu na época da Revolução Industrial. 

Todos os países tem que priorizar o emprego, quando a população está empregada, você reduz a violência, melhora o consumo, reduz os gastos com saúde (através  dos planos privados) fora os ganhos tem ganhos em produtividade e saúde mental de manter uma mão-de-obra ocupada. O Brasil em especial tem um problema crônico de desemprego faz vários anos, seja com Dilma, Temer ou Bolsonaro ele parece que chegou para ficar e nada parece ser capaz de mudar esse cenário. 

Vamos ao fechamento do mês:

Infelizmente estamos na metade do ano e estou no negativo, teria sido melhor colocar o dinheiro na poupança hahaha'. A rentabilidade é -0,54% no mês, a pior do ANO e a segunda pior desde o começo dos registros. Na rentabilidade acumulada do ano estou -0,52% no negativo, em 2020 no mesmo acumulado eu estava positivo em +1,52% e em 2019, +1,89%
O problema é que minha exposição ao IVVB11 e a Fundos Imobiliários foi um dos meus focos no primeiro semestre e acabaram sofrendo um pouco com a desvalorização do dólar e com um mercado já fraco em FIIs e que foi empurrado para o buraco com essa proposta bizarra do IR. 
Apesar de todas essas questões, considero que o mês e o semestre foram proveitosos, tenho convicção que meus ativos são sólidos e devem trazer bons retornos para minha estratégia de longo prazo.

Os dividendos desse mês foram de R$ 215,50, foi acima do que eu esperava. A Cyrela é a surpresa do mês, comprei ela pensando em uma empresa de crescimento, levando em conta o déficit habitacional do país e que mesmo países desenvolvidos tem problemas com habitação, logo pensei: uma boa empresa, um país com problemas de oferta de imóveis e com uma perspectiva de longo prazo. Agora me dei conta que ela também é uma ótima pagadora de dividendos. Vou ficar de olho nos próximos movimento da empresa e quem sabe aumentar a participação.

Aportes: Aportei quase R$ 2,6 mil nesse mês. O volume total de aportes foi praticamente em linha com o que eu esperava. O destino foi IVVB11 (aproveitando a queda do dólar) e TAEE11 (aproveitando que estamos quase na metade do caminho entre a última distribuição de dividendos e a próxima distribuição projetada).

Ações: Nada de relevante na carteira. A Reforma do IR me deixou pensando em ligar um alerta especial em Bradesco, a empresa costuma ter uma boa política de bonificação e imagino que isso possa ser uma escapatória interessante para a reforma de IR na minha estratégia, pois a ação está passando por correção de preço, mas vamos acompanhar para ver se isso se confirma.

Fundos Imobiliários: Todos os da minha carteira sofrendo com a proposta de IR. Eu particularmente continuo frustrado com tanta abertura de captação dos fundos, engraçado que a alocação dos recursos nem sempre tem sido das melhores, parece que está captando por captar e não por ter encontrado boas oportunidades. 

ETF's: Continuo na estratégia de IVVB11, acredito que a queda do dólar foi ótima para boas compras, na minha opinião existe a possibilidade de uma correção do S&P500 nos próximos meses, pois a temporada de  balanços deve começar a ter resultados mais 'normais'. O HASH11 segue derretendo, preferi não fazer um novo aporte, vou acompanhar como ele se comporta.

Renda Fixa: Selic subindo, rendimentos dos pós-fixados subindo! Dei uma olhada nas opções de renda fixa e tenho visto pouca coisa interessante na prateleira. Eu não entendo o investimento em debêntures, vejo a galera que investe e não vejo sentido, a maioria tem um prêmio muito baixo comparado ao IPCA+, e a liquidez e o risco costuma ser pior do que o TD.

Vida profissional: O mês foi muito trabalhoso, vamos ver como às coisas se desenvolvem. 

Vida Pessoal: Infelizmente três pessoas conhecidas perderam a vida para o COVID-19 e a irresponsabilidade da falta de vacinas. É triste ver pessoas que participavam do seu cotidiano por anos e agora elas simplesmente não estão mais lá. Sou grato a Deus por não ter perdido ninguém por essa doença, todo mundo em casa já recebeu uma dose da vacina. Eu devo receber apenas na segunda quinzena de setembro a primeira dose.

AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.