Seis meses depois do começo do governo Lula eu posso definir
esse início de governo com a seguinte frase: olhe o que eu faço e não o que eu
digo. O governo bateu tambor desde o começo do ano com as mais bizarras ideias
para a economia, educação e direitos trabalhistas, o mercado entrou em pânico
em meados de fevereiro e março e isso fora os atos de vandalismo golpista em
Brasília no começo do ano, um verdadeiro suco de brasilidade. O que tenho
percebido é que apesar da retórica do discurso na prática a sensatez tem dominado
o Planalto.
É preciso ressaltar que esse é um governo de esquerda, então
é de esperar uma maior preocupação com a temática social de um governo
orientado à direita, como era o anterior. Entretanto percebo que tem sido posto
em prático com razoável pragmaticismo. O ministro Fernando Haddad não era o
favorito do mercado e nem meu quando foi anunciado, porém tem se saído muito
bem. Nessa semana o CMN definiu que a meta de inflação de 2026 será de 3% no
ano e mudou o sistema de metas para a banda flexível, o que na verdade é bem mais
justo com o BC.
O Lula parece ter acordado para a realidade de que se deixar
o ruído de lado, o humor geral da economia do país melhora e isso só traz benefícios
para ele e o PT. Do lado da oposição a condenação de Bolsonaro pelo TSE é uma
ótima notícia, finalmente haverá espaço para uma direita mais responsável e democrática
se firmar como oposição ao PT. O Brasil finalmente vai parar de dançar na beira
do precipício?
Outro mês de ótima rentabilidade na carteira com valorização
de +1,86% em junho e de +5,78% no acumulado desde o começo do ano. Olhando no
retrospecto desde o começo do acompanhamento mensal em fevereiro de 2019, esse
é o melhor resultado no acumulado do primeiro semestre.
Convido o amigo leitor a dar uma olhada nos fechamentos de
2022 quando após meses seguidos de queda na rentabilidade eu continua dizendo
que era um bom momento para comprar bons ativos e que uma hora ou outra a carteira
iria virar o jogo, pois é, agora é o momento de colher os frutos.
Em junho recebi R$ 515,95 de dividendos, uma queda de -4,6%
frente ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado de 2023 temos creditados R$
2.984,71, um crescimento de +31,3%.
O desempenho desse mês poderia ter sido superior ao do ano
passado, entretanto o ETF de Real Estate (VNQ) que tradicional paga em junho
acabou postergando o pagamento para o começo de julho.
Aportes:
Foi aportado R$ 3.435,02 em junho. O aporte foi feito no Brasil
majoritariamente com a compra de ações da BB Seguridade (BBSE3) e da Engie
Brasil (EGIE3).
A compra dos dois ativos seguiu o objetivo de balanceamento
da carteira onde sempre compro os dois ativos que mais estão atrás dentro das
ações locais (exceto RAIL3, que segue na quarentena).
No exterior apenas reapliquei os proventos de SCHD e SCHP,
através da compra de cotas de SCHD ($ 23,25 em aporte).
Ações:
O mês foi de poucos eventos corporativos relevantes na carteira. Poderia apenas
deixar como comentário que no último dia do mês aconteceu o tão aguardado leilão
de transmissão do primeiro trimestre, aparentemente na minha carteira apenas a
Engie adquiriu um lote no leilão e com uma TIR que não é das piores, mas está
longe de ser boa. A Taesa e a Alupar participaram do processo de leilão, mas
não arremataram nenhum lote. O IGP-M negativo é péssimo para às transmissoras
por conta de vários contratos serem atrelados a esse indicador.
Fundos Imobiliários: Dei uma olhada por cima na carteira e vi que Kinea tem
apresentado bons históricos no seu produto KNRI11 e o aluguem por cota tem
melhorado nos últimos meses, ainda assim continuo sem ânimo para investir no
segmento.
Ativos do exterior: Nos EUA a bolsa continua no máximo, mas a minha carteira
tem uma exposição principalmente à velha economia e só tenho tecnologia
indiretamente pelo S&P500 (IVVB11), apesar de qualquer coisa o dólar caiu
para R$ 4,7870 o que anula todo o crescimento da bolsa americana no ajuste
cambial. De qualquer forma é bom ter essa exposição ao EUA pois em caso de
ruído interno o dólar deve apreciar no Brasil e segurar a queda da parte
brasileira da carteira (pelo menos na teoria rsrs’).
Renda Fixa: A Selic segue em 13,75% apesar do clima de fim de festa já
estar no ar. As boas taxas de IPCA+6% já são coisa do passado no TD.
Vida Profissional: Passei um mês infernal no trabalho, substituindo um colega
do comercial das férias dele e acumulando também a minha função, é impressionante
como eu odeio a atividade comercial e o desempenho também foi ruim. Por outro
lado, meu gestor mostra uma confiança muito grande no meu trabalho e inclusive
mencionou que minha chegada na equipe fez com que alguns colegas que estavam
estagnados buscassem acordar para a carreira. Espero um pouco de paz em julho.
Vida pessoal: Estou com um peso de 65,5kg e tenho 176cm de altura, nem
parece que quatro anos atrás eu tinha 96kg. Estou magro até demais e já pensei
em fazer academia. Entretanto ainda falta aquela vontade de dar o start
definitivo, o fato é que academia para mim tem que ser com personal trainer pra
me manter motivado, se não eu desisto fácil rsrs. Por ora vou empurrando com a
barriga (que já não existe mais).
AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.