No mundo de
juros zero surgiram as famosas SPACs, empresas que surgiram do nada com o objetivo
de captar bilhões no oceano de liquidez dos Bancos Centrais. Na época o
conceito de SPACs era um verdadeiro sucesso em Wall Street, nada melhor do que
dar o dinheiro para um CNPJ investir em uma série de empresas, sem precisar
aguardar para que essas empresas investidas passassem por um processo de IPO. O
negócio de SPACs sempre veio acompanhado de metas de crescimento elevadas, o
que era um prato cheio para a liquidez dos mercados de juro zero.
Agora estamos
descobrindo que vários desses investimentos não estão sendo tão promissores como
o pensando, com vários investimentos sendo duramente questionados quanto a capacidade
de se manterem de pé. É sempre válido lembrar que quando você tem um negócio
que devora caixa, é preciso que ele seja abastecido com fluxos de caixa dos investidores
para manter a engrenagem rodando, enquanto isso acontece a tendência é que o
negócio se mantenha em pé. O problema é que o dinheiro sumiu! Parece que o
mundo descobriu que não importa o quanto de dinheiro você coloca em um negócio e
o quão incrível seja a análise dos “indicadores alternativos”, se uma empresa
não é capaz de fazer a lição básica: ter um fluxo de caixa saudável e lucro
operacional. Que por coincidência não são aqueles indicadores fora de moda até
pouco tempo atrás?
A maré da
liquidez está baixando rápido e a queda média de -60% das SPACs tem algo a
dizer sobre isso.
O mês de maio encerrou com rentabilidade de
-0,04%, ou seja, ficamos praticamente no zero a zero. Entretanto não vejo
motivos para pessimismo, pelo contrário vejo que existem várias oportunidades
na bolsa brasileira e americana e falta dinheiro para aproveitar.
No acumulado do ano a rentabilidade é -1,76%,
muito distante da meta anual.
A renda passiva em maio alcançou R$ 574,72,
o que é um crescimento de +17,9% em comparação ao mesmo mês do ano passado. No
acumulado de janeiro a maio alcançamos R$ 1.731,81, uma alta de +67,5%.
Gostei muito do
desempenho da renda passiva em maio, tendo em vista que batemos o recorde histórico.
A Taesa não distribuiu dividendos referentes ao resultado do 1ºTrimestre de
2022, o que se tivesse acontecido o resultado desse mês teria sido ainda
melhor.
Aportes:
Zerei a minha posição de MXRF11 e com o valor da venda dividi entre CPTS11 e
KNSC11. Com o dinheiro novo deste mês fiz aportes no Brasil e nos EUA. No
fechamento do mês passado mencionei que uma ordem de compra de Alupar não tinha
sido executada, a ordem acabou cancelando e fiz a aquisição dentro de maio.
As compras e o
racional por trás delas foram os seguintes:
- ALUPAR:
A empresa está concluindo um ciclo de intensos investimentos que começou em
meados de 2017, a maior parte dos gastos devem ser concluído entre o final
desse ano e do próximo e as novas linhas de transmissões devem entrar em operação
mais ou menos nesse mesmo período. A minha expectativa é que a empresa comece a
distribuir um volume maior de dividendos nos próximos anos.
- BB Seguridade:
O resultado do 1º Trimestre me agradou e especialmente o crescimento do volume
de vendas o que me deixou com a expectativa da empresa entregar bons dividendos
nos próximos anos. A BB Seguridade é uma empresa estatal, entretanto o setor de
seguros chama muito menos atenção de governantes do que o setor de petróleo e os
bancos públicos.
- Suzano:
Comprei a Suzano depois de analisar essa empresa que estava abandonada na carteira.
Estudando um pouco mais a fundo descobri que a empresa tem o menor custo de
produção do mundo no setor de celulose, e está fazendo pesados investimentos no
Projeto Cerrado que deve agregar uma enorme capacidade produtiva nos próximos
quatro ou cinco anos. A Suzano está em um ciclo de investimentos, e em um ramo
de atuação onde é difícil surgirem novos concorrentes tendo em vista que o
Brasil é um ótimo local para se plantar florestas, que crescem rápido e tem um
custo baixo. A demanda mundial de papel e celulose deve crescer nos próximos
anos.
Só para
reforçar que nenhum post que escrevo deve ser visto como recomendação de
investimentos.
Nos EUA os investimentos
foram nos tradicionais ETFs americanos: SCHD (ETF de pagadoras de dividendos),
SCHP (ETF de títulos públicos de inflação) e VNQ (ETF de Real Estate).
Ações:
Os balanços do primeiro trimestre me agradaram, quase todas as empresas da
minha carteira reportaram lucros consistentes e boas perspectivas de longo
prazo.
Estou de olho
na WEG S.A para os próximos meses, a empresa dispensa apresentações sobre a
qualidade da administração, entretanto como tudo mundo sabe da qualidade da WEG
os múltiplos sempre são estratosféricos (30x ou mais o P/L), agora parece que a
ação está ensaiando uma queda e vou ficar acompanhando de perto.
Fundos Imobiliários:
O MXRF11 se envolveu naquela polêmica com a CVM, apesar de tudo ter sido
resolvido e esclarecido pela CVM, entretanto não quero mais ter o ativo na
carteira pois estou com um pouco de birra da qualidade dos FIIs da XP, por isso
decidi vender. O CPTS11 e KNSC11 são de duas gestoras sólidas e entregam um Yield
mais atrativo.
No geral tenho questionado
a capacidade dos FIIs de corrigem a inflação no valor da cota de longo prazo. No
momento não pretendo me desfazer da posição de Fundos Imobiliários, mas não vou
fazer novos aportes.
ETFs:
O dólar caiu e o S&P500 ficou no zero a zero. Nada de relevante por aqui.
Renda Fixa:
Minha LCI venceu no final do mês, cheguei a procurar as famosas LIGs da Ágora,
mas não encontrei nada disponível no site e olha que entrei pelo computador e
no horário da manhã. No final decidi renovar a LCI com taxa de 99% do CDI que foi
a proposta do banco.
Vida
profissional: Nenhuma novidade sobre a
reestruturação da unidade. Tudo segue na mesma.
Vida pessoal:
Nada de relevante.
AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.