Já havia abordado a temática do desemprego
no fechamento de agosto, e novamente volto a tratar desse assunto em setembro.
Na ocasião havia mencionado que existia gente na Faria Lima que defendia que o
desemprego precisava subir para o bem da economia. Nesse mês mais exemplos surgiram
de pessoas que abertamente defendem dificuldades econômicas para a população
comum em nome de ‘salvar as planilhas’. Nesse mês tivemos o empresário
australiano que basicamente quer ver mais desemprego para lembrar aos
funcionários “quem é que manda” e que de acordo com ele os funcionários parecem
não ter tanto engajamento depois do pleno emprego vivido na Austrália (e vários
países) no pós-pandemia.
A verdade é que esse não é um fenômeno exclusivo
dos países desenvolvidos, os dados do IBGE apontam que o desemprego está em
7,8% no trimestre fechado em agosto, é de longe o menor patamar do desemprego
no país desde pelo menos 2014. O desemprego baixo possibilita que às pessoas
busquem empregos melhores, salários menores, o que naturalmente funciona como
um ótimo estimulante econômico. Infelizmente encontrei um empresário em um
evento social esse mês, e o mesmo reclamou que tem várias posições em aberto na
empresa dele para trabalhadores, mas que “às pessoas não tem vontade de trabalhar”,
pois bem, a verdade é que por essas bandas do interior do Sul do Brasil o
desemprego está realmente baixíssimo, se falarmos do pessoal que busca trabalho
em funções digamos mais “braçais”, é impossível ficar desemprego, por aqui você
pode literalmente escolher o emprego que quer.
O problema dos empresários que dizem
não encontrar pessoas para preencher às vagas é que se esquecem da boa e velha
lei da oferta e demanda, se a demanda por profissionais está alta, mas a quantidade
de pessoas buscando emprego está baixa, naturalmente você precisa se
diferenciar ao ofertar uma vaga de emprego. Quando em uma cidade como a minha alguém
acha plausível oferecer R$ 1.700 de salário para contratar uma pessoa por 44
horas semanais, ela só pode estar tirando sarro do trabalhador ao achar que é
uma baita oportunidade. Alguns empresários tem que entender que o mercado de
trabalho é feito de ciclos, e que ao contrário do período 2015-2021, quando era
deles a vantagem agora é dos trabalhadores a vez de ditar às cartas.
Quem reconhecer a nova dinâmica do mercado
de trabalho vai atrair bons funcionários, quem não o fizer se contentará com
funcionários pouco qualificados e que vão abandonar o barco na primeira oportunidade,
isto é, se conseguir encontrar alguém para trabalhar.
A rentabilidade no mês foi de -0,53%,
ou seja, o segundo mês consecutivo no território negativo, apesar disso é
preciso comemorar os 6,52% de rentabilidade positiva no ano, o que a planilha
indica como o melhor ano histórico.
Em setembro foram pagos R$ 515,27 de
renda passiva, isso equivale à +42,5% em comparação ao mesmo mês do ano
passado. De janeiro até setembro o total pago foi de R$ 5.123,58, ou seja,
+36,3% quando comparado ao mesmo período de 2022.
O interesse de se observar é que deixei
totalmente de lado a ideia de investir em ações de dividendos, a partir desse ano
o foco foi manter os aportes apenas nos mesmos ativos que eu já possuía, e
equalizar a participação entre eles, o que necessariamente significou muitos
aportes em ações que não pagam muitos dividendos, mas como o valor pago está 36%
maior? É como o Bastter explica, o que importa é aumentar o patrimônio e naturalmente
um patrimônio maior significa mais dividendos.
Aportes:
Nos EUA eu tinha US$ 25,89 referente a dividendos pagos e sobras na conta que
foram destinados a compra de SCHD (ETF de dividendos americanos). No Brasil o
aporte foi em RUMO S.A (RAIL3) com pouco mais de R$ 1900 aportados.
A RUMO passou muito tempo na ‘quarentena’
da carteira, mas após o Investor Day da Cosan entendi melhor o que a Rumo
pretende para os próximos anos e acredito que faz sentido para a minha carteira,
vejo que é uma empresa que demanda muito CAPEX até pelo menos 2030, mas que
está em um setor que sempre está mais vantajoso do que o seu principal concorrente
e a empresa têm entregado com consistência seus objetivos. Decidi que ela se
encaixa bem na minha estratégia de valor de longo prazo e não vi motivos para
manter ela na ‘quarentena’, de qualquer forma ela ainda está atrás das outras
companhias e vou precisar fazer mais aportes para equacionar.
Ações: O mês
foi sem grandes movimentações no mercado financeiro, de destaque posso citar a
Rumo que retirei da quarentena pelos motivos acima apontados e a WEG que fez
uma aquisição no exterior, mostrando que a empresa que já parecia grande ainda
tem uma longa estrada de crescimento nos próximos anos.
FIIs:
Ocorreu o desdobramento de CTPS11 (1 cota foi dividida em 10 cotas). Continuo
desanimado com esse segmento e por ora sigo deixando a carteira de FIIs perder
espaço na carteira total.
Ativos do exterior:
Nos EUA às taxas de longo prazo estão em alta, todo mundo está procurando no
mar agitado se algum corpo vai aparecer boiando, essa tensão no ar parece ter impedido
a continuidade dessa alta (injustificada?) de 2023.
Renda Fixa:
A curva de juros deu uma estressada esse mês, a marcação a mercado prejudicou a
carteira e a queda da SELIC mostra que dias difíceis se aproximam para essa
parcela de investimentos.
Vida profissional:
Estive de férias em setembro. Em relação a minha promoção no trabalho, não
tenho nenhuma novidade até por estar ausente em férias. Acredito que no próximo
fechamento terei novidades para relatar.
Vida pessoal:
Engordei 5kg nas férias, já estou focado em voltar para o peso anterior. De qualquer
forma apesar de todo esse peso extra continuo com IMC normal.
AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.