Mantendo a
tradição de não comentar notícias no fechamento de final de ano, mas inovando e
olhando para o futuro e não para o passado. Acredito que nossas últimas semanas
de 2024 foram quase apocalípticas do ponto de vista do noticiário econômico, o
governo parece quer desagradado demais o mercado com o pacote de cortes de
gastos, o presidente Lula parece que tá pagando para ver a deterioração
econômica acontecer nos próximos meses, eu ainda aposto que é quando a
deterioração vier que ele fará um ajuste mais forte dos gastos públicos.
O maior medo do
Lula é a impopularidade e a alta dos preços e do desemprego certamente não são às
coisas mais populares para a população.
Olhando para a
projeção do FOCUS de 2025 considero que se o PIB crescer 2% no ano será um
resultado bem satisfatório e certamente incapaz de espalhar um sentimento de
crise generalizada na economia. Se a geração líquida de emprego em 2025 ainda
for positiva também será uma enorme conquista, apesar de parecer menos provável.
O que duvido é de uma inflação de 5%, após uma alta tão intensa do dólar.
Dos fatores
externos a relação Brasil-EUA será o fato mais significativo, exceto por alguma
crise econômica internacional não prevista. Vamos ver até que ponto Trump está
disposto a entrar em disputa econômica com o Brasil para pressionar a favor de
Bolsonaro e seus aliados. Aposto que Lula tentará uma aproximação com o
americano, ainda mais em um momento em que o governo petista está fragilizado.
FECHAMENTO DEZEMBRO
– ANUAL
Rentabilidade
Em 2024
terminamos com uma alta de 8,85%, isso representa apenas 82% do CDI do período.
Certamente um desempenho muito abaixo do esperado e abaixo da taxa livre de
risco, claro, grande pare dessa perda de retorno aconteceu em dezembro. Se
olharmos exclusivamente para o mês, o desempenho foi ruim, mas não tanto quanto
o mercado de renda variável que viu o IBOV cair quase -4%.
De qualquer
forma o principal objetivo que é ter uma valorização acima da inflação foi
alcançado, um sinal claro de alerta é ter desempenho abaixo da inflação anual.
Aportes
Em 2024, aportei
um total de R$ 47.832,25, foi um crescimento de +15,09% em comparação com 2023.
Sobre os aportes
posso considerar que foi um ano melhor do que o esperado, principalmente
levando em conta que passei por duas mudanças de cidade nesse período, apesar
de ter feito um forte provisionamento de reserva em 2023, usei parte desse
valor no começo de 2024 e todo o valor na segunda mudança no meio do ano.
Poderia até ter
registrado um aporte ainda maior, mas como não fiz o aporte em dezembro, acabou
que ficará para 2025.
Nesse mês especificamente
investi apenas o saldo de dividendos acumulado na Avenue (equivalente a R$
336,69) que já está incluso na soma dos aportes anuais.
Nos doze meses
de 2024 recebi um total de R$ 7.799,04 em proventos de renda passiva, esse
resultado significa um crescimento de +18,15% no ano.
O valor foi melhor
distribuído ao longo do ano em comparação com 2023, se observamos no gráfico o
recorde de melhor mês em proventos continua com 2023, quando alcançamos mais de
R$ 1,2 mil em um único mês. Em 2024 em nenhum mês o total recebido ultrapassou
R$ 1 mil.
De qualquer
forma como uso os proventos integralmente para reinvestimentos não me preocupo
com essa irregularidade nos meses e não me importo que às empresas utilizem os
proventos para reinvestir nos negócios ou reduzir o endividamento, até
considero que é melhor para a carteira no longo prazo. O que vale é termos
consistência em dividendos e desempenho econômico-financeiro das companhias.
Composição da
carteira
A carteira
permanece com a tendência de crescimento da parcela de renda variável, hoje
54,24% dos ativos são de renda variável (ações brasileiras, ETFs BR, ativos do exterior,
FIIs e Fiagros).
Ao contrário do
ano passado onde o crescimento da parcela de renda variável foi impulsionado
pela carteira de ações brasileira, nesse ano o impulso veio da carteira de
ativos internacionais (IVVB11 e posições no exterior), ela cresceu de 15,41%
para 20,55% do total do patrimônio.
O patamar de
20% do patrimônio em ativos do exterior ou atrelados ao exterior é algo que
considero relativamente adequado para a carteira.
A parcela de
fundos imobiliários e Fiagros recuou de 6,05% para 4,30%. Essa parcela da
carteira não recebeu aportes ao longo do ano é natural que tenha perdido
participação. Existe a possibilidade de voltar a aportar nessa classe para
manter ela acima de 5% do total do patrimônio, mas não me empolgo com esses
ativos.
Carteira de
ações
A carteira
registrou uma única troca nesse ano, com a aquisição da AES Brasil pela AUREN,
decidi que não fazia sentido continuar com a companhia e por isso realizei a
venda pouco tempo após o anúncio da fusão. A saída da AES Brasil foi seguida
pela entrada da SLC Agrícola, o motivo é que a SLC é de um setor que não tinha representatividade
na minha carteira.
Depois que a
SLC entrou na carteira ela ficou com um percentual pequeno na composição total,
pois a própria AES Brasil tinha uma baixa representatividade, mas aportei outras
duas vezes (seguindo sempre a estratégia de comprar o papel que estava para
trás em % na carteira). Hoje ela é a maior participação.
De resto posso destacar
a derrocada da Hypera, que despencou praticamente pela metade do preço médio. A
empresa sofreu com receitas abaixo do esperado, margens piores e invernos
quentes (prejudicando a receita do antigripais). De qualquer forma não pretendo
me desfazer dos ativos e receberá novos aportes em janeiro.
Fundos
Imobiliários
Ativos |
(%) da
carteira de Fundos Imobiliários |
CPTS11
(Papel) |
14,98 |
HGLG11 (Tijolo - Logística) | 13,54 |
KNRI11
(Tijolo - Diversificado) |
13,27 |
KNSC11 (Tijolo - Papel) | 26,13 |
MALL11
(Tijolo - Shopping) |
16,56 |
RURA11
(Fiagro - Papel) |
6,28 |
RZTR11 (Papel) | 9,24 |
Essa classe de
ativos segue abandonada por mais um ano. O destaque fica pelo desempenho ruim
do RURA11 e do RZTR11 que sofrem com os problemas de inadimplência da classe e alguns
problemas internos pontuais. Entretanto a queda também foi expressiva no MALL11
e no KNRI11 que são fundos de papéis, mas não acompanhei de perto para entender
o motivo.
Ativos do
exterior
Ativos |
(%) da carteira de ativos no exterior |
IVVB11 (S&P500BRL - com exposição cambial) |
58,53 |
SCHD (ETF de dividendos americano) |
25,12 |
SCHP (ETF de inflação americano) |
8,63 |
VNQ (ETF de Real Estate americano) |
7,72 |
A participação do
IVVB11 cresceu levemente na carteira, impulsionado pelo IVVB11 que replica o
todo do índice S&P500 e que performou melhor do que os outros índices
replicados pelos outros ETFs.
O impulso
cambial também ajudou a ampliar a participação relativa dessa classe na
carteira.
Vida
profissional
Ano complexo,
me mudei de estado em busca de crescimento profissional, de fato consegui uma
posição que é um avanço de carreira, mas confesso que em termos de custo vs.
aumento de salário não foi tão interessante nenhuma das duas mudanças. Soma-se
a isso que a segunda mudança foi basicamente uma bomba, o suficiente para
destruir o crescimento do meu bônus, apesar de não ter extinguido ele como eu
imaginava anteriormente.
Do ponto de
vista do futuro infelizmente não é muito positivo, tive uma reunião complexa
com meu gestor imediato, ficou claro que ele tem algo contra mim (não sei
exatamente o que), me ameaçou de desligamento na próxima revisão de time, mas questionei
exatamente o que era meu problema, ele não de respostas claras, inclusive
levantei para ele que os times com quem eu trabalhava em conjunto em minha
unidade gostavam muito do meu trabalho, ele reconheceu que havia recebido muitos
feedbacks positivos, mas que isso não bastava para ele.
Vamos ver se
ele levará até o fim às ameaças, de qualquer forma até lá sigo trabalhando
normalmente.
Vida pessoal
Sem evoluções
na vida amorosa. Pelo menos comecei a academia no final de outubro e tenho ido
semanalmente 2x por semana (acompanhado por um personal), exceto por uma pausa
agora no final de ano. Até agora sem ganhos perceptíveis, inclusive sinto que
estou mais gordo, mas vou tentar começar a corrigir essa questão do peso agora
em janeiro).
Para 2025 o objetivo
é seguir na academia e aumentar meus ganhos de força e resistência. Se tiver
algum ganho de massa muscular e definição, melhor ainda.
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Em linhas gerais
não posso dizer que 2024 foi um ano ruim, não tive problemas de saúde e nem
ninguém da minha família (isso é o mais importante). Do ponto de vista
profissional acho que não foi uma mudança interessante, mas tudo bem, nada é
para sempre. O lado financeiro foi melhor do que o esperado.
Seguimos firmes
para 2025! Na torcida que o próximo ano seja ainda mais abençoado.
Um excelente
2025 para todos nós!
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AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.