Parece
que o realista arcabouço fiscal não é tão real assim, no primeiro ano da sua implantação
vamos estourar a meta e entregar -0,7% de déficit na melhor das projeções e a
partir do segundo ano quando esperava-se pelo menos um esforço do governo para
ter responsabilidade, mesmo antes de começar 2025 o governo já jogou a toalha, isso
me faz pensar que na ânsia por mais gastos vamos ter novas revisões ao longo do
próximo ano.
Apesar
de tudo podemos dizer que o Brasil é responsável no relativo quando comparamos
com às outras economias mundiais, mas o que me preocupa não é o aspecto de
responsabilidade e sim a obsessão do governo em gastar cada vez mais e mais, e
sempre justificando isso via aumento de impostos. A economia vai acabar sendo
estrangulada com tanta tributação encima das pessoas, precisamos de legislação
que realmente facilite a nossa economia.
O
curioso é que o governo que diz defender os trabalhadores, não é capaz de
corrigir a alíquota do IR de forma descente e nem propôs nenhuma medida que
aumente os direitos trabalhista, nem se quer aquela migalha do ‘Vale Cultura’
nas grandes empresas conseguiu trazer de volta, no final a classe média CLT
continua abandonada, tal qual no governo anterior.
Quase
toda a rentabilidade do ano foi embora com a queda de abril, registrei -1,28%
de retorno no mês e com isso a alta do ano é de 0,74%. Com 1/3 do ano já concluído
é difícil imaginar que o desempenho do ano passado poderá ser repetido em
termos de rentabilidade da carteira.
Esse foi um mês com muitos gastos e foi difícil até parar para aportar, no final das contas acabei decidindo aportar tudo direto no Tesouro IPCA+2029 que está pagando uma ótima rentabilidade, comprei aos quarenta e cinco do segundo tempo e consegui uma taxa bacana de IPCA+6.2%.
Nesse
mês foram creditados R$ 226,22 em proventos, na comparação com o mesmo mês do
ano passado isso representou um crescimento de +2,86%. Já no acumulado,
alcançamos em 2024, R$ 2.244,37, um crescimento expressivo de +19,17%.
O
mês de abril é historicamente um mês de baixos dividendos na carteira, nenhuma
empresa da carteira tem o hábito de pagar grandes proventos, sendo assim o
baixo valor pago não me preocupa. Os meses decisivos na carteira em termos de dividendos
costumam ser: fevereiro/março, agosto e dezembro. Acredito que após o
fechamento de agosto vou conseguir ter uma noção melhor de como a evolução de
dividendos deve se comportar em 2024.
Ações: Mercado sofrendo muito
com a perspectiva de mais juros na economia americana, com isso às empresas
domésticas sofreram muito. Por hora o balanço das empresas apenas começou a ser
divulgado e não vejo grandes fatos que eu possa comentar. Certamente no próximo
fechamento haverá muito a se falar.
Fundos
Imobiliários:
Continuam largados.
Ativos
no exterior:
Sofrendo por conta dos juros americanos, mas a alta do real ajudou a amenizar o
impacto.
Renda
Fixa:
Sofrendo com a marcação a mercado do tesouro, mas a expectativa de uma queda
menor da SELIC pode ajudar essa parcela da carteira no longo prazo. Os títulos
de IPCA+ pagando acima de 6% a.a, me chamaram a atenção e resolvi aportar neles,
ainda mais que já fazia muito tempo que não alocava nada em Renda Fixa.
Vida
profissional: INTANKÁVEL!
Chegue para trabalhar no dia 1 de abril, e simplesmente percebi que os projetos
que eu estava associado no sistema tinham desaparecido em sua maioria e estava
sendo carregadas demandas relacionadas a outros clientes. Entrei em contato com
meu gestor que me disse que tudo não passava de um equívoco. Pois bem, não era,
dois dias depois ele me avisou que tinha sido tomada a decisão “de cima” de redistribuir
às tarefas do time e que era com esses projetos que eu trabalharia a partir de
agora.
Isso
me deixou muito irritado, o meu trabalho envolve uma série de indicadores de
acompanhamento onde meu desempenho pode ser metido de forma mais “fria” e é
isso que pesa na avaliação e em parte no pagamento dos meus programas de variável
e bônus. A questão é que a estrutura dos meus indicadores não se adaptou a nova
realidade, os parâmetros esperados são os mesmos, sem qualquer adaptação, mesmo
que a maior parte das atividades já não se comuniquem com eles. O resultado é
simples, isso destruiu o meu desempenho no principal mensurador de remuneração
variável. Sendo bem sincero, com o fechamento de abril isso praticamente me
colocou para fora do jogo.
Da
minha gestão recebi o pedido de “resiliência”, confesso que tem sido difícil
lidar com isso, eu realmente esperava acessar a um bom bônus para compensar os
custos que estou tendo, fora a oportunidade de crescimento na carreira, tudo
isso parece ter ido por água a baixo e é incrível como às pessoas tratam com
naturalidade.
Os
projetos que estou tocando envolvendo clientes que não são mais interessantes,
é praticamente deficitário e isso destrói meus indicadores.
Aproveitando
o tópico, conheci um colega que trabalha em outro estado e que gostaria de vir
para o estado onde estou trabalho, morar na cidade que ele está lotado seria
muito mais interessante para mim, entretanto a liderança dele precisaria
aprovar, assim como a minha liderança e o Recursos Humanos, enfim, se houvesse
vontade seria possível. Aparentemente da parte da liderança dele teria havido
um veto em realoca-lo no momento.
Diante
disso fiquei chateado, mas tudo bem, em uma conversa com meu gestor mencionei
que tinha conversado com o outro funcionário e expliquei meus motivos para
querer me mudar para lá, meu gestor sugeriu então que veria a possibilidade me
alocar para uma unidade mais próxima da minha casa, onde ele achava que seria,
mas fácil por conta da saída de um profissional, ele ficou de conversar com o superior
dele a respeito e me falar uma posição. Ele ainda não me deu um retorno, mas aparentemente
isso não vai acontecer, pois fiquei sabendo peal rádio peão de que uma
profissional de uma outra unidade está se mudando justamente para onde ele
estava vendo a possibilidade.
Ah,
antes de concluir não poderia deixar de mencionar que em praticamente todos os novos
projetos que faço parte meus parceiros de outros setores parecem mentalmente
incapazes de raciocinar o básico sobre o que precisa ser feito. É tudo intankável!
Sendo
sincero? Se eu pudesse voltar no tempo, não teria me metido nessa enrascada. Isso
não me trouxe nada de positivo.
Vida
pessoal:
Andei saindo um pouco aqui, mas não gosto dessa cidade, comida lixo do caralho
e ainda por cima é cara.
AVISO: Esse blog é apenas um relato de experiências e opiniões pessoais, trata-se da visão do autor e aplicada apenas a singular realidade social, psicológica e econômica em que ele está inserido. Tendo isso em mente o leitor deve desconsiderar qualquer postagem ou comentário desse blog para a tomada de decisão sobre investimentos. Se você leitor deseja orientação de investimentos, procure profissionais qualificados.
Quando gestores pedem 'resiliência' é um red flag danado! De toda forma, desejo RESILIÊNCIA para ti, tudo vai dar certo, saudações!
ResponderExcluirCyber,
ExcluirNão demonstrei minha insatisfação e tento tocar o barco do jeito que dá.
Agora é fácil para o meu chefe falar em resiliência quando não é ele que tem 80% do seu bônus indo pelo ralo haha'
Agradeço os bons votos. Deus sabe o que prepara!
Abraços,
Pi
Sua rentabilidade no ano ainda está acima da minha. Estou com baixíssimas expectativas pra carteira como um todo esse ano.
ResponderExcluirSobre o trabalho, o nome disso aí é "mundo corporativo". Acredite: é TUDO uma merda nesse mundinho. Espero que você consiga uma realocação melhor do que essa que você fez.
Abraço.
https://engenheirotardio.blogspot.com/
Engenheiro,
ExcluirNão ligo muito para a questão da rentabilidade, mas acho interessante esse jogo de sobe e desce. No final se às empresas continuam tendo lucros crescentes, até prefiro que a cotação não suba muito hahaha, assim compro algo cada vez melhor e por um preço atrativo.
Mundo corporativo é uma merda.
Minhas duas tentativas derem errado por enquanto, mas vou seguir de olho em novas oportunidades.
Como uma colega me falou: "Nada é permanente."
Dias melhores virão.
Abraços,
Pi
A rentabilidade do ano vinha tão boa, mas parece que esse mês a queda foi meio geral na finansfera. Faz parte do jogo.
ResponderExcluirÉ por causa dessas palhaçadas do mundo corporativo que eu quero pendurar as chuteiras logo e me livrar disso.
Abraços.
Mendigo,
ExcluirPois é, mundo corporativo é foda. O complicado é ter todo o tipo de filha da putagem para cima de você e tu quer ficar calado.
Boa noite PI! Que pena que isso ocorreu com você...o mundo corporativo pode ser cruel algumas vezes. Não posso reclamar muito pois sempre tive sorte de ter bons chefes, mas conheço casos similares ao seu por aí...Não desanima...foco já vida pessoal e aproveita a vida...Grande abraço!
ResponderExcluirVVI,
ExcluirTudo é passageiro, uma hora às coisas se ajeitam.
Abraços,
Pi
Que sacanagem! Abraço!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGrande relato. O que me chamou a atenção foi como a organização o colocou em uma situação onde seu desempenho não vai mais lhe dar o retorno financeiro que você já recebia e a constatação de que os membros da sua equipe parecem serem incompetentes. Na minha experiência na iniciativa privada, muitos funcionário aparentemente incompetentes em um grupo ou empresa é indicador que o ambiente não responde financeiramente ao esforço do empregado. Aí o que opera é a lei do mínimo esforço. Espero que seja só uma fase e que as coisas melhorem. Grande abraço!
ResponderExcluirTem bastante gente incompetente sim, mas o mais interessante é a quantidade de gente que usa de subterfúgios para maquiar seus próprios números e suas entregas.
ExcluirÉ bizarro.
Se passa a limpo tem muito profissional "diferenciado" que não é nem a metade do que diz.
Abraços,
Pi
Que sacanagem fizeram com você!
ResponderExcluirTambém tenho minha cota de "promessas não cumpridas dos chefes", sei bem como é ter uma expectativa e ser frustrado assim, sem mais nem menos, sem explicação alguma. Lembro de uma função horrorosa que eu exercia há alguns anos, que ninguém queria pegar, e me colocaram lá com a promessa de que "daqui a uns 6 meses devem contratar alguém novo, e aí a gente coloca o novato aí, e você vem para cá" - ou seja, me prometeram uma vaga no departamento que eu queria. Aí o tempo passou, eu me matando de trabalhar naquele setor horrível já há uns 6 meses, até que realmente chegou um cara novo, recém-formado, etc. e quando fui falar sobre a troca de departamento, o resultado foi: "ah, Mago, fica aí mesmo, você já aprendeu a fazer isso daí, o garoto novo ia demorar muito pra pegar o ritmo, deixa ele aqui com a gente" e assim perdi minha vaga, por pura conveniência. Ainda bem que naquele lugar eu só fiquei mais uns 4 meses e fui transferido... a vida melhorou, mas continuo numa função que não gosto, e isso é hoje me motiva a estudar para concursos.
Quanto à classe média, é uma lástima que não tenha aparecido nenhum político (que eu saiba) que sequer tenha cogitado a idéia de que essa é uma fatia importante do país, praticamente a que carrega o governo nas costas (por exemplo: os muito pobres ao menos por enquanto são isentos de IR, e os muito ricos sempre dão um jeito de não pagar ou de pagar menos, então a conta sobra para a classe média, que está literalmente entre a bigorna e o martelo). Dificilmente alguém defende a classe média, pelo contrário, empurram o pepino sem dó, não tem "ong" para proteger classe média, não tem artista riquinho para fingir que se importa com classe média (Assim como tem os que fingem se importar com os pobres), e por aí vai...
Mago,
ExcluirIsso existe muito na empresa. O foda é que me prejudicando dessa forma, isso terá impactos sérios nas perspectivas de carreira e na remuneração, não é simplesmente ser um trabalho infernal, é um trabalho infernal que não vale o preço que cobra de tempo e oportunidades.
Me apego ao conselho de um colega: "nada é permanente".
Sobre a classe média seu diagnóstico é exatamente o mesmo que o meu. O pior é que a classe média não vê a própria situação, se acham ricos demais (e apoiam políticas que beneficiam uma elite que não fazemos parte) ou descolados demais (e apoiam políticas que beneficiam uma outra parcela que eles não fazem parte). Falta espelho!
Abraços,
Pi
Olá, PI.
ResponderExcluirHá 10 anos que não trabalho em empresas privadas. Hoje sou servidor público. Trabalhar para o governo a gente praticamente fica estagnado, mas na iniciativa privada é difícil subir de cargo também. Já prometeram coisas para mim, mas nunca cumpriram. Trabalhava igual um burro de carga e nada de grana a mais. Por isso que saí. Realmente o mundo corporativo é uma merda.
Abraços!
Cara, eh foda, mas a realidade é essa, raramente a empresa ta preocupada com o seus problemas, ela se preocupa com os problemas dela. Eh aquilo, tem muito mais empregado do que vaga, se vc nao quer, tem outro que quer e se sujeita a tudo aquilo que a empresa quer.
ResponderExcluirE vejo muita gente falando do emprego publico como se fosse um sonho, não muda muito tbm, é um querendo passar rasteira no outro pelas promoções, as motivações de chefes, e cargos comissionados são muito piores que o lucro a todo custo das empresas corporativas.
A realidade é uma só, o emprego é soh uma forma de vc ganhar dinheiro pra viver sua vida e a sua empresa ta ali pra te sugar e transformar vc em dinheiro. Nesse ponto, sou muito a favor do ponto de vista do Pai rico, Pai pobre, vc ta nesse emprego, nessa vaga, porque quer, ninguem ta te obrigando a ta nisso, então pega chega no chefe e manda a real, seguinte, to sentindo que essa empresa nao me valoriza, nao ta dando valor pro meu empenho então gostaria de avisar que estou buscando novas opções fora daqui, eh um risco eh, mas eh aquilo, se vc nao se valoriza, quem vai valorizar ? Ah, antes disso, ja da uma sondada em outros empregos kkkk, vai que o tiro sai pela culatra
Sobre a classe média, você foi cirúrgico, é a mais extorquida pelos governos e o pior é que muitos das classe média são defensores ardentes de seus respectivos políticos de estimação. Por isso, vejo pouco espaço para melhora.
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