terça-feira, 1 de setembro de 2020

Fechamento Agosto/2020: R$ 169.780,63 (+0,29%)

 


É o final de mais um mês, e esse agosto que normalmente é travesso e parece levar uma década para passar esse ano passou em um piscar de olhos.

A reportagem que destaco esse mês é do Brazil Journal, esse site tem produzido conteúdo de excelente qualidade é uma pena que muitos não conheçam, eu diria que no ambiente de economia e negócios é um rival para a Exame. Nesse mês destacaram um estudo do FED que aponta o crescimento dos monopólios na economia americana, e essa pandemia só tem potencializado tudo.

De forma geral a economia está cada vez mais concentrada em algumas empresas e essas  estão apresentando lucros cada vez maiores, por outro lado, a classe média trabalhadora tem enfrentado perda salarias nas últimas décadas, isso tem empurrado a economia mundial para um estado de dependência do crédito para sustentar o crescimento do consumo da classe média, o fruto desse crédito que é o dinheiro novo acaba indo parar nessas mesmas empresas, e as grandes companhias não são tão eficientes na distribuição de renda. 

Você acha que aquele grande rede de supermercados ou eletrodomésticos na sua cidade distribui renda aí na sua localidade com a mesma eficiência do que se fosse uma rede local? Você pode até dizer que os salários são melhores e que pequenos comerciantes muitas vezes não conseguiram dar conta da folha de pagamento, mas não se esqueça que uma empresa não traz o dinheiro de volta para a sociedade apenas com a folha, a ampla concorrência garante a diversificação do crédito, amplo espaço para novos fornecedores e mais oportunidades para clientes.

A pandemia só tem contribuído para o problema, as grandes companhias tem acesso facilitado para captar dinheiro no mercado de capitais, possibilidade de ofertar condições de pagamento diferenciadas, normalmente possuem gestão com maiores recursos no compilamento de dados, tem maior capacidade competitiva no ambiente digital e isso para ficar em alguns exemplos. Nos EUA e na Ásia, o fenômeno da quebradeira de pequenas empresas é uma realidade pós-pandemia, ao mesmo tempo o S&P500 está nas alturas e isso se justifica pelo ganho de participação de mercado das grandes companhias.

Quebrar esse ciclo é complicado, e processo deve passar por garantir regras justas a empresas e não por um sistema de premiação pela incompetência apenas para forçar uma concorrência inútil (o governo gosta de chamar de subsídios), mas é bom saber que o tema está em debate.

Agora vamos ao fechamento mensal:

Como adiantei no mês passado eu acabei não aportando em julho e deixando para agosto, principalmente por ter tido despesas altas em julho acabou sobrando muito pouco e então não me senti com vontade de comprar nada antes da virada do mês.

Nesse mês a rentabilidade 0,29% foi satisfatória, são cinco meses de rentabilidade positiva. 

A carteira continua com aproximadamente 1/5 em renda variável e 3/4 em renda fixa (Tesouro Pré e Pós-Fixado e LCI pós-fixada).

ETF'S: O IVVB11 continua apresentando bons resultados. Com o cenário político-econômico se deteriorando aqui nos trópicos é esperado um alta do dólar o que por si deve empurrar o fundo pra cima, além disso, caso venha uma segunda onda de vírus no outono/inverno do hemisfério norte eu acredito que isso vai tencionar os mercados e quando o mercado fica tenso a primeira coisa que ele procura é dólar e cotação alta do dólar é IVVB11 subindo, mesmo que o S&P500 esteja pressionado por uma eventual tensão dos mercados, acredito que a eventual alta do dólar deve mitigar os impactos. 

Aportei em IVVB11 esse mês, foi o líder de aportes.

Ações: Aportei em SAPR4 apenas hoje, ou seja, depois da ação cair de preço com o bloqueio do reajuste das tarifas pelo Paraná. Na carteira de ações destaco:
  • Setor financeiro: ITSA4 e BBDC4 continuam patinando na carteira. Os bancos são o segmento mais tensionado da bolsa, por um lado é o mais sólido por outra a tal disrupção e ameaças regulatórias tem sido uma pressão muito forte para segurar em baixa os preços, ao mesmo tempo não me sinto animado para investir em empresas disruptivas que estão com indicadores inflados.
  • VVAR3: Continua subindo, mas não consigo aportar nela, sei lá, ela cheira problemas, pode ser uma nova Magazine Luiza? Pode. Mas ainda não me sinto confortável em aportar nada.
  • TAEE11: Apenas observei a resiliência dessa companhia, o preço da ação está estacionado na faixa dos R$ 28 faz mais de três meses, acabei não aportando nela pois não queria me expor nesse mês ao setor elétrico, mas é uma ação previsível e que os dividendos me atraem.
FII'S: Fiz subscrição de MXRF11, achei o preço atrativo e o DY na faixa de 0,6%-0,7% a.m é bem atrativo.
Aqui um ponto importante, no meu aporte do mês não está considerada a subscrição, tendo em vista que as cotas ainda não foram integralizadas, acredito que ficará para setembro ou outubro.

Os outros FIIs apenas acompanhei.

Renda Fixa: Tudo na mesma.

Vida Profissional: As mudanças na empresa foram grandes durante o mês, no final das contas a equipe foi reduzida. Ninguém foi demitido, apenas remanejados para outras unidades. Estou fazendo atividades diferentes da que estou acostumado habitualmente, tem sido desafiador.
De qualquer forma estou oficialmente entrando nas minhas férias que estavam programadas desde janeiro, volto só no finalzinho e espero não ter grandes novidades hahaha.

Vida Pessoal: Nada a declarar. Inclusive sem planos para as férias.

IMPORTANTE: Esse é um blog de cunho pessoal, nada do que escrevo aqui deve ser levado como recomendação de investimento, estou apenas compartilhando minhas experiências e não recomendo a ninguém que tome decisões baseadas em algo que eu escrevo. Caso você deseja orientação sobre investimentos procure especialistas no assunto.


20 comentários:

  1. Essa questão dos monopólios é complicado..

    Uma vez vi o Felipe Torres dizer que o problema de "Os ricos ficarem mais ricos e os pobres mais pobres" era a falta de união do povo. Porque o cara deixava de fortalecer o comércio local para fortalecer o monopólio das redes. Não deixa de ser verdade.

    Mas por outro lado, percebo que se não tem essa grande rede ali. Os serviços normalmente costumam ser de péssima qualidade. Então me parece que a concorrência é uma coisa boa para a sociedade. A Rede acaba que também ajudando a cidade por gerar empregos, distribuindo mais ainda a renda daquele tipo de segmento.

    No final de contas me parece que ter redes ou não, não interfere em nada na economia. Porque se observarmos os EUA que praticamente é tudo rede. O Páis continua ofertando muitas possibilidades de emprego.

    Percebo que toda vez que surge algo que melhora a vida das pessoas, os empregos não acaba. Simplesmente surgem novas oportunidades.

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    1. Peão a lógica é essa, porém temos que levar em conta alguns fatores:

      A questão é que o tal "comércio de bairro" no Brasil não é profissionalizado, normalmente a concorrência é pouca e existe a prática de oligopólio, o que é necessário é pulverizar o mercado e termos várias empresas disputando a clientela, o que precisamos é encontrar um meio de fazer isso sem subsídios para empresas ineficientes e ao mesmo tempo evitar o nascimento de monopólios.

      A rede ajuda a gerar empregos? Sim, muitas vezes! Porém imagine uma grande rede instalando uma loja em uma cidade do interior do Brasil, os lucros dessa rede serão levados para a matriz, já os lucros dos pequenos comerciantes e das redes regionais costumam ficar mais próximos da base e do mercado consumidor.

      Vamos pegar o Senhor Fulano, que tem uma pequena rede com três lojas de qualquer coisa no interior, os lucros da loja vão para ele, mas é mais provável que ele use os lucros na economia local do que se fosse uma grande rede que tende a levar para a matriz os lucros, pode não parecer tão nefasto esse aspecto, mas veja que de certa forma a economia traz hoje um exemplo claro a nível governamental, o "deficit/superávit em conta corrente" nos países, o que normalmente é um problema econômico.

      Sobre a perda de empregos, não é necessariamente o foco que eu quis trazer na discussão, a tecnologia acaba criando novos empregos, mas hoje em dia estamos assistindo no mercado de trabalho uma queda no crescimento real dos salários, e essa queda tem sido mitigada pela injeção de crédito na economia, o que torna a classe média e trabalhadora mais endividada e vai construindo um círculo vicioso, pois as empresas dependem cada vez mais dessa lógica para manter a sustentabilidade das operações.

      Os bancos centrais injetaram trilhões na economia mundial em 2020, o problema é que esse dinheiro não tá chegando na classe média.

      Obs: Não estou pregando uma revolução comunista kkkkk


      Abraços,
      Pi.

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  2. Bom patrimônio!
    Já to seguindo o link, não conhecia esse jornal, valeu!

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    1. É um excelente site para acompanhar os bastidores do mundo dos negócios.

      Abraços,
      Pi.

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  3. Preciso urgente aumentar minha exposição em IVVB11, tenho apenas 16 cotas.
    Acho que em setembro, uma porte do meu aporte vai nele.

    Te adicionei em minha lista de blogs, vamos manter contato.

    Até mês que vêm.
    Senhor Renda

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    1. Olá,

      IVVB11 é uma queridinho pra mim.

      Adicionei seu blog na minha lista.

      Abraços,
      Pi.

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  4. Olá PI,

    Ótimo aporte! e "parabéns" pelos 5 meses consecutivos no verde! haha

    Também aportei em SAPR4 em agosto! e quase comprei TAEE também!

    Não tem nada pra fazer durante as férias? não vai viver no modo zumbi não né? kkk 😂😂

    Abraços!
    https://axelrodcapital.blogspot.com/

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    1. Olá,

      Obrigado.

      Fui pesquisar sobre "modo zumbi" pra entender melhor, e é realmente o que estou fazendo nas férias hahahaha, não sabia que tinha um nome.

      Abraços,
      Pi.

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  5. Amigo, você tem um dos blogs com a melhor análise da economia que já vi, vou seguir com certeza.

    Abraço

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  6. Excelente aporte, bom fechamento e boas férias

    Abçs

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  7. Fala, PI, tudo bem? Eu penso parecido com você. Acho que a economia seria muito melhor se ao invés de haver umas poucas empresas muito grandes houvesse milhares de pequenas e médias empresas, porque assim haveria mais concorrência, preços mais baixos, e mais empregos. Por exemplo, para mim a nossa economia seria mil vezes melhor se houvesse 100.000 pequenas fábricas de ferramentas concorrentes entre si e espalhadas pelo Brasil ao invés de "1" Tramontina.
    Acho que monopólios são necessários nos casos dos "monopólios naturais", que são aqueles em que é necessário uma empresa muito grande, com uma produção imensa, para conseguir ganho de escala e tornar o negócio viável (que seria impossível de ser feito por empresas pequenas), mas o avanço da tecnologia pode ajudar a destruir monopólios naturais e com isso viabilizar a concorrência no setor (por exemplo, caso inventem células solares mais eficientes e baratas, isso poderia eventualmente quebrar os monopólios locais de companhias de eletricidade).

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    1. Mago eu concordo com seu ponto de vista, mas no ponto da tecnologia tenho algumas preocupações.

      O mundo está assistindo um crescimento e monopólio de Facebook, Google, Amazon, Alibaba e Apple, qualquer possível concorrente é rapidamente destruído ou comprado por essas empresas que vão ficando cada vez maiores.

      A Apple a cada dia investe mais na linha "outros serviços" e recentemente vimos a estratégia com a Apple TV.

      O Facebook, antes era apenas uma rede social, hoje é um imenso player do mercado de conteúdo e direitos de transmissão, possui uma ampla estrutura de marketplace, comprou vários aplicativos (Instagram e WhatsApp) e agora está começando a se aventurar pelo setor financeiro. O Google vai pelo mesmo caminho.

      A questão é: essas empresas já possuem amplos dados sobre seus usuários e hoje é difícil de imaginar um mercado onde elas decidam entrar e que não tenha uma força avassaladora e potencialmente monopolizante.

      Precisamos evitar esse tipo de situação. O debate sobre a queda de renda da classe média vai virar até um post mais detalhado aqui no blog.

      Abraços,
      Pi.

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    2. É fato que as "big tech" estão poderosas demais e influenciando governos e políticas públicas, como todo metacapitalista faz pelo menos desde o século XVII. Realmente é necessário tomar cuidado, o problema é: o que pessoas comuns podem fazer legalmente contra um google/facebook/apple, que eu concordo que são empresas bem fdp, além do boicote?

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    3. É difícil falar o que podemos fazer individualmente, mas os governos podem atuar para combater qualquer tipo de abuso das "big techs", a União Européia vive desde alguns anos em um intenso combate contra essas companhias, um dos alvos recentes foi a capacidade do Google de monetizar conteúdo protegido por direitos autorais sem repassar aos proprietários.

      Nos EUA existe um debate (infelizmente contaminado pela tensão política) sobre o pale das big techs e a capacidade delas em influenciar a sociedade, porém nos EUA o debate ainda é prematura

      Abraços,
      Pi.

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  8. Fala Poupador! Parabéns mais uma vez... É verdade, agosto passou voando, e esse clima de especulação da bolsa tá osso, precisamos nos fortalecer pq o crash será grande! Um abraço!

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    1. Exatamente.

      Acho que em Setembro vou tirar o pé da exposição em ações brasileiras e IVVB11, estou de olho em encontrar um Multimercado e aplicar em Fundos Imobiliários.

      Parece existir uma bolha em ativos de "techs", acho que logo vão estourar.

      Abraços,
      Pi.

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  9. Sou iniciante no mercado de ações e queria uma opinião de você. Encontrei seu blog no Scant S/A
    A questão é a seguinte:Recebo R$450 por mês(sou estagiário) e só consigo aportar R$200,devido à outros custos. Comecei aportando apenas em um papel MXRF11. Você acha melhor aportar até concluir um lote ou diversificar, tipo, comprar MXRF11 e ITSA4F(exemplo) com esse valor? Obrigado pela atenção.

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    1. Depende do que faz sentido pra você, não consigo recomendar um papel em específico. O importante é você aportar.
      Não se esqueça que R$ 200 por mês dá R$ 2.400,00 de aporte, mais do que a maioria da população brasileira consegue fazer em um ano.

      Abraços,
      Pi.

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